11/09/2008

Os homenageados do CRMPR no Centenário da Imigração Japonesa

Reverência a imigrantes e descendentes precursores no exercício da Medicina, ensino e pesquisa visa alcançar toda a comunidade médica nipônica paranaense, formada por quase 2 mil que se inscreveram ao longo dos 50 anos de história do CRMPR.


O Conselho Regional de Medicina do Paraná realiza na segunda-feira (15), em sua Sede em Curitiba, solenidade comemorativa ao Centenário da Imigração Japonesa ao Brasil com homenagem aos pioneiros médicos e seus descendentes que seguiram a profissão. Dentre outras manifestações artísticas e culturais haverá, ainda, a abertura da exposição Arte Nikkei, que reúne pinturas, esculturas e fotografias de 15 artistas renomados da comunidade nipônica paranaense. A mostra ficará aberta à visitação pública no horário comercial até 24 de outubro no Espaço Cultural CRMPR.

"A Medicina paranaense tem especial motivação para estar integrada aos festejos do Imin 100. Afinal, dos 25 mil médicos inscritos no Conselho de Medicina ao longo dos seus 50 anos de história, perto de 2 mil deles têm origem ou laços familiares com a comunidade japonesa", assinala o presidente do CRMPR, Gerson Zafalon Martins. Ele reforça que, na escolha de alguns personagens para serem reverenciados, estende-se a homenagem a todos os imigrantes e descendentes que deram a sua contribuição nas áreas médica, docência e pesquisa e, também, ao próprio desenvolvimento do Estado. A iniciativa está integrada aos festejos do Jubileu de Ouro do Conselho e do Dia do Médico, comemorado em outubro.


Homenagens

A cerimônia no auditório da Casa do Médico está prevista para 19h30 de segunda-feira, com a apresentação de "taiko" (tambores) pelo grupo Wakaba, da Associação Cultural Nipo-Brasileira de Curitiba. Também haverá exibição de dança típica japonesa. Na homenagem in memoriam está o nome do Dr. Paulo Otsuka, que se formou em 1940 na UFPR e se constitui no primeiro imigrante japonês a exercer a Medicina no Paraná, radicando-se no Norte Novo. Na honra ao mérito pelo pioneirismo, será entregue placa alusiva à esposa D. Sizu Otsuka, e aos dois filhos médicos, Célia e Nelson, este também recebendo título por "tradição e honra", por ser um dos primeiros descendentes a exercer a docência no ensino médico paranaense.

Outros três imigrantes japoneses que se formaram em Medicina estão entre os homenageados, que recebem os títulos de "Perseverança", "Dedicação" e "Pioneirismo empreendedor". O Dr. Isami Morita, graduado em 1955 e que hoje, aos 83 anos, continua exercendo a profissão em Paranaguá; Toshio Igarashi, 79 anos e formado há quase 50, morador em Londrina e que recentemente lançou o livro "A história da imigração japonesa no Paraná"; e Saburo Sugisawa, 74 anos e 46 de formado, que ajudou pelo menos 22 descendentes a se formarem em Medicina - incluindo dois filhos - todos atuando no hospital que ele fundou em Curitiba, o Sugisawa.

A Dra. Yakiho Matsuura Sato receberá o título "Determinação", como primeira descendente mulher a se formar em Medicina no Paraná, em 1952. Ela tem 86 anos e reside em Londrina. Como "Destaques acadêmicos" estão Minoru Ikeda, descendente pioneiro no ensino, e Noboro Miasaki, um dos primeiros descendentes a concluir pós-graduação. Frank Ogatta e Akira Yamasita, ambos de Londrina, serão reverenciados por estarem entre os primeiros descendentes a receberam o Diploma de Mérito Ético-Profissional pelos 50 anos de dedicação exemplar à profissão.


Exposição

Opostos e compostos na arte nikkei

A exposição "Arte Nikkei no Centenário da Imigração Japonesa ao Brasil" deixa o Memoriam de Curitiba, onde foi aberta em 2 de julho, para ser abrigada no Espaço Cultural do Conselho de Medicina (Rua Victório Viezzer, 84, Vista Alegre). Reúne pinturas de Adelina Nishiyama, Akiko Mileo, Claudio Seto, Julia Ishida, Marcos Kimura e Sandra Hiromoto; esculturas de Carol Chuman, Celso Setogutte, Claudine WSatanabe, Eliza Maruyama, Renata Otsuka e Yumie Murakami; e fotografias de Chuniti Kawamura, Roger Noguti e Shigueo Murakami. A realização é da Associação Cultural e Beneficente Nipo-Brasileira de Curitiba e Conselho de Medicina, sendo curadora Júlia Ishida.

"O resultado de uma visitação à Arte Nikkei no Centenário é a sensação de evolução e ou revolução, de relacionamento íntimo com a cultura dos antepassados mas também de ousadia. Tradição ou ruptura, os Nikkei não são japoneses, ao contrário do imaginário coletivo. E vivem esta alternância e complementariedade entre opostos e compostos, reação e interação", resume Marília Kubota, organizadora da mostra ao lado de Suemi Hamasaki.


Serviço:

Espaço Cultural CRMPR

Rua Victório Viezzer, 84, Vista Alegre

Para saber mais: (41) 3240-4026

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