Ao lado dos avanços científicos e tecnológicos da medicina, um tema recorrente nos congressos médicos é a relação entre médico e paciente.

Há alguns anos se percebeu a necessidade de promover uma reviravolta na educação médica, resgatando os valores ligados à condição humana e restabelecendo a relação entre o médico, seu paciente e o contexto social onde ela ocorre. Desta forma, há necessidade de se avançar para além do estudo das doenças, incorporando a integralidade do humano nas suas dimensões biológica, mental, social e - por que não? - espiritual.

O curso de Medicina da Universidade Positivo oferecerá à sociedade brasileira, ao final deste ano, a sua primeira turma de médicos. Serão médicos formados na dimensão integral da saúde, do adoecer e do sofrer humano. Para que isto se tornasse possível, construiu-se um projeto pedagógico que contemplou as mais recentes mudanças na educação médica mundial.

Apontamos aqui três aspectos dessas mudanças: por primeiro, nossos alunos freqüentam, desde o início do curso, a casa das pessoas, a comunidade e os serviços básicos de saúde, e estendem a sua prática para os hospitais a partir do segundo ano do curso, sem nunca deixar de freqüentar os serviços básicos da Estratégia Saúde da Família. No segundo aspecto, concentramos as especialidades médicas em disciplinas integradas, com o objetivo de se evitar a perda da visão integral do ser humano. E, no terceiro item, temos a ética, a bioética e as ciências sociais como componentes de um eixo ético-humanístico. Ainda neste pilar incorporamos o cinema na formação médica e um projeto que discute aspectos do sofrimento humano frente ao adoecer e à morte.

Desta forma, a medicina poderá, em pouco tempo, recuperar a dimensão humana de seu saber e fazer, para o bem daqueles que sofrem, incluídos aí os profissionais que cuidam do sofrimento.


Ipojucan Calixto Fraiz - Coordenador do curso de Medicina da Universidade Positivo

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