10/06/2010

Ortopedistas vão orientar o público sobre uso da "cadeirinha"

O uso da "cadeirinha" nos carros para crianças de até 7,5 anos, que a partir de setembro é obrigatório no Brasil inteiro, será esclarecido à população através de uma campanha da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). A campanha Criança Protegida no Carro foi lançada na última quarta-feira, dia 9, com uma ação educativa realizada no vão livre do MASP, na Avenida Paulista, que contou com a presença de ortopedistas, animadores e pessoas treinadas para orientar corretamente o uso das cadeiras - busters e bebês-conforto. A SBOT também distribuiu em vários locais da cidade, escolas, restaurantes, folhetos explicativos, colocando à disposição em seu Portal (www.sbot.org.br) e sites de relacionamento um vídeo mostrando a correta forma de instalação destas cadeiras e o correto posicionamento das crianças.

"Se uma criança estiver devidamente protegida pela cadeirinha e pelo cinto de segurança, espera-se que diminua em 70% o risco de morte num acidente de trânsito", explica Miguel Akkari, do Comitê de Ortopedia Pediátrica da SBOT, um dos médicos que estará no local para esclarecer dúvidas do público.

O folheto Criança Protegida no Carro, produzido pela SBOT e que tem o mesmo título da campanha desenvolvida pela entidade, será distribuído tanto em São Paulo como nos demais Estados, traz orientações do correto posicionamento das crianças não só em relação à idade, mas também em função de sua altura.

Para Akkari, a norma do Conselho Nacional de Trânsito não é perfeita, mas não deixa de ser uma importante medida, pois a lei leva em consideração a idade (uma forma mais fácil de ser fiscalizada), mas os médicos preferem falar em estatura da criança. Crianças abaixo de 1,45m deverão utilizar dispositivos de proteção (cadeirinhas ou busters) promovendo um correto posicionamento do cinto de segurança, o qual não pode localizar-se à altura do pescoço, diz o médico.

O presidente da SBOT, Cláudio Santili, que é ortopedista pediátrico, lembra que a obrigatoriedade do uso da cadeirinha infantil é defendida há mais de uma década pela entidade, que já fez várias campanhas educativas. Ele diz que a maioria das mortes de crianças em desastres de trânsito são causadas por traumatismo craniano. "Se não está presa no banco, a criança é atirada para a frente, pode bater a cabeça no banco, no parabrisas ou lançada fora do carro", explica.

Os médicos contam que estudos mostraram que quando a criança é levada no colo, o que muitas mães acham uma forma segura de transportá-la, o risco de morte não muda, pois "a energia numa batida de carro a 50 km/h é tão grande, que mesmo um homem musculoso não consegue manter a criança no colo", alerta Claudio Santili.

O folder que a SBOT vai distribuir conta que os acidentes de trânsito no Brasil são duas vezes mais mortais que nos Estados Unidos, por exemplo, e a cada ano 2.500 mortes de crianças ou adolescentes são registradas no País (dados das empresas que fazem o Seguro Obrigatório), e são computados ainda 39 mil casos de lesões, amputações e casos de paralisia permanente entre eles.

"O tratamento de fraturas, principalmente das fraturas múltiplas decorrentes de acidentes é complicado na criança", explica Akkari, pois como seu esqueleto está em crescimento, mesmo que as fraturas sejam tratadas corretamente, existe a possibilidade de comprometimento das cartilagens de crescimento, levando assim a deformidades indesejáveis. "A boa notícia é que na criança a consolidação é mais rápida do que no adulto", conclui o médico, mas para evitar riscos e o grande sofrimento de um tratamento demorado, o ideal e muito mais barato, é sempre a prevenção.


Fonte: Assessoria de imprensa da SBOT

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