Líderes e organizações indígenas do Paraná se reuniram nesta terça-feira (21) no Ministério Público, em Curitiba, para
discutir a questão do alcoolismo dentro de suas comunidades. Durante o debate, o secretário especial de Assuntos Estratégicos,
Nizan Pereira, lembrou que o problema é histórico e pode destruir a cultura indígena.
"O alcoolismo traz consigo a violência entre homens, mulheres e crianças. É um fator de degeneração cultural. Nós temos
certeza de que utilizando métodos científicos, ouvindo e preservando a cultura indígena local e regional, iremos resolver
esta questão. Nunca antes se olhou de frente esta chaga", destacou o secretário.
O Paraná possui 13 mil índios distribuídos em 51 aldeias. As principais tribos afetadas pelo alcoolismo são os Guaranis,
os Kainkangs, os Xoklengs, e os Xetás. "570 indígenas precisam de tratamento para o alcoolismo. É necessário que haja um internamento
e um acompanhamento, pois o número de recaídas é grande", explicou o coordenador regional da Funasa no Paraná, Vinícios Reali
Paraná.
O coordenador do Centro de Apoio e Proteção das Comunidades Indígenas, Luiz Bueno, ressaltou que a Fundação Nacional de
Saúde (Funasa), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e Assessoria Especial para Assuntos Indígenas do governo do Paraná irão
unir esforços para combater a situação. "Teremos mais reuniões para decidir as ações para solucionar este problema. Uma das
frentes de trabalho será a criação de dois Centros de Integração e Referência".
O guarani Marciano Rodriguez afirmou que muitos jovens estão se envolvendo com outros tipos de drogas. "Um dos maiores
problemas que enfrentamos hoje na área da saúde é a dependência do álcool. O Paraná é sempre referência em políticas públicas
que inovam. É por isso que estamos aqui hoje. Para encontrar soluções", ressaltou Rodriguez.
Fonte:
Agência Estadual
de Saúde.