26/10/2007

Ocorrências de rubéola crescem dez vezes no PR

Estado registrou 32 casos da doença em 2007 contra apenas três em 2006




O número de casos de rubéola registrados no Paraná desde o início de 2007 já é dez vezes maior do que no ano passado. De janeiro a outubro, foram notificados 32 casos, enquanto que em 2006 haviam sido detectados apenas três. Curitiba é a cidade com maior número de registros, 12, seguida por Cascavel, com oito e Foz do Iguaçu, com três. Em todo o país, desde o início do ano, já foram confirmados 4.178 casos da doença, a maioria (2.912) registrada a partir de agosto. Ao todo, 272 municípios em 16 estados já notificaram infecções.


Apesar do número crescente de casos, por enquanto não há previsão para a realização de uma campanha de vacinação. O Ministério da Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que estuda a possibilidade de lançar uma campanha para vacinar principalmente homens, com idade entre 20 e 34 anos, no próximo ano. Por conta da prioridade de imunização dada a crianças e mulheres em idade fértil, a população masculina dessa faixa etária tornou-se mais suscetível à infecção. Dos 32 casos registrados no Paraná, 24 são em homens, sendo 18 em indivíduos com idade entre 20 e 29 anos.


De acordo com a responsável pela Divisão de Vigilância de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde, Nilce Haida, embora não haja uma ação coordenada no combate à doença, a vacina está disponível nas unidades de saúde gratuitamente. "Estamos orientando que tomem a vacina principalmente executivos que viajam muito, caminhoneiros e profissionais de saúde", afirma.


Os alertas para o risco de surto divulgados na mídia já tiveram impacto no número de imunizações. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, durante todo o ano de 2006 foram vacinadas 5.012 pessoas maiores de 12 anos, enquanto que neste ano o número já chegou a 6.896. Em setembro, foram aplicadas 1.255 doses da vacina e desde o início de outubro outras 2.128 em indivíduos com mais de 7 anos.


Em crianças, a vacina é aplicada aos 12 meses e depois reforçada entre os 4 e 6 anos de idade. Nos adolescentes, também é aplicada em duas doses, com intervalo de pelo menos 30 dias. E nos adultos pode ser administrada em dose única. Como a dose é combinada, quem toma a vacina contra a rubéola acaba se protegendo também contra o sarampo.



Gestantes


Embora na maioria dos casos a doença tenha uma evolução benigna, a rubéola representa risco quando acomete mulheres grávidas. Bebês de gestantes que contraem a doença correm risco de desenvolver malformações, problemas de visão, audição e doenças relacionadas ao coração. Além disso, essas crianças podem atuar como agentes de transmissão do vírus por até dois anos.


Ao contrário do sarampo, a rubéola nunca chegou a ser totalmente erradicada. Em todo o Brasil, o número de ocorrências da doença vinha caindo desde 1997, quando foram registrados 32.825 casos. Em 2001 foram 5.867 e em 2005 o número chegou a 351, mas no ano passado os registros voltaram a subir. O Brasil, assim como outros países das Américas, tem o compromisso de eliminar a doença até 2010.


Fonte: Gazeta do Povo

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