06/10/2011

Número de geriatras no PR deveria ser 16 vezes maior

Apesar do crescente aumento do número de pessoas com mais de 60 anos, há apenas 70 geriatras atuando em todo o território paranaense



No Paraná, existem apenas 70 geriatras ativos para atender a uma população de 1,2 milhão de pessoas com mais de 60 anos, segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR). No estado, a proporção é de um geriatra para mais de 17 mil idosos, embora a recomendação da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) seja de um especialista para cada mil indivíduos.


Apesar de o Brasil ganhar mais de 1,1 milhão de idosos ao ano, como mostrou ontem a Gazeta do Povo, a preferência dos médicos recai sobre outras especialidades. No Paraná, por exemplo, o número de pediatras passa de 1,5 mil e o de obstetras é de 897.

O aposentado Urandy Ribeiro do Val, de 76 anos, colaborador dos conselhos municipal (Curitiba) e estadual dos direitos da pessoa idosa, reclama que há escassez de cursos. "São poucos que oferecem especialidade em geriatria. Além disso, nenhum concurso público oferece vagas na área", diz. Para a geriatra Silvia Pereira, presidente da SBGG, a falta dessa disciplina nos cursos de Medicina é mais uma das causas dos poucos especialistas. "Se o aluno não aprende sobre geriatria no curso, fica mais difícil ele escolher essa especialização", diz.

De acordo com Silvia, há 984 geriatras atuando no país e apenas 50 médicos por ano optam por especialização na área. "É preciso investir muito. Quando chegarmos a ter 5 mil geriatras já estaremos precisando de 15 mil", avalia. A presidente da SBGG afirma que faltam também funcionários de outras áreas da saúde especializados na área e pesquisas sobre tratamento e medicamentos para idosos. "O que é bom para o idoso europeu pode não ser para o nosso", completa.

Uma das adaptações é a atenção domiciliar, que desde agosto faz parte do Sistema Único de Saúde. Com o atendimento domiciliar, é possível aumentar as vagas de leito, mas para isso é necessário cuidadores capacitados. "É preciso incentivar a criação de cursos para cuidadores, para que o idoso não seja atendido por qualquer um", afirma o psicólogo e gerontólogo Benedito Guilherme Falcão. "Preparo e estrutura de atendimento são fundamentais", considera Rosana Beraldi Bevervanço, coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa aos Direitos do Idoso do Ministério Público do Paraná (MP-PR). O cuidador tem conhecimentos básicos sobre aparelhos, massagens de conforto, cuidados com a higiene, alimentação e atitudes que garantam o bem-estar do paciente.


Secretarias

Segundo Rubens Bedlin, chefe da divisão de Promoção da Saúde do Adulto e do Idoso da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), a capacitação de profissionais é um dos aspectos contemplados pelo estado. Foram 1,3 mil cuidadores formados pela Sesa desde 2008. "Essa pessoas acabam se tornando referências para municípios maiores, por isso continuaremos oferecendo esses cursos."

Outra questão trabalhada tanto pela Sesa quanto pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), é a promoção e prevenção de doenças e acidentes. "Um exemplo são as campanhas de vacinação e o centro de atendimento aos idosos da Praça Ouvidor Pardinho. Procuramos também qualificar a atenção dos profissionais para diversas condições, como as crônicas", diz a médica Ana Maria Cavalcanti, coordenadora do programa de Saúde do Adulto e Idoso da SMS.


Fonte: href="http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1177150&tit=Numero-de-geriatras-no-PR-deveria-ser-16-vezes-maior" target="_blank">Gazeta do Povo

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