23/01/2019
Problemas detectados na gestão anterior têm prazo de 120 dias para serem equacionados, como exposto por representantes do CRM-PR em reunião na SESA
O indicativo de interdição ética do Serviço de Urgência e Emergência do Hospital Universitário Regional de Maringá foi realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná em 20 de dezembro último, às vésperas da transição no governo estadual e da sucessão na Pasta da Saúde. Na última quarta-feira (23), atendendo a convite do novo secretário, o médico Carlos Alberto Gebrim Preto, o Beto Preto, os conselheiros Luiz Ernesto Pujol e Carlos Roberto Naufel Junior participaram da reunião na sede da SESA, em Curitiba, para esclarecer os motivos que levaram à medida de alerta, com prazo de 120 dias para solução dos problemas detectados.
Luiz Ernesto Pujol, que é secretário-geral do Conselho, e Carlos Roberto Naufel Junior, gestor do Departamento de Fiscalização do Exercício Profissional (Defep), apresentaram ao secretário inclusive o relatório da última fiscalização realizada no pronto-socorro do hospital, onde são apontadas as deficiências que incorrem na precariedade da assistência e consequente risco para o exercício da Medicina em condições de segurança para a sociedade.
Como exposto ao novo titular da SESA, a fiscalização realizada no início de dezembro, após queixa do corpo médico sobre as condições de trabalho no hospital, apontou como principal problema o número insuficiente de profissionais, inclusive de enfermagem, o que gera sobrecarga e impossibilita o correto preenchimento das escalas de trabalho. Também foi indicada a falta de estrutura física, de equipamentos e insumos, prejudicando o atendimento à população.
O secretário Beto Preto mostrou-se disposto a direcionar,
de forma rápida, ações administrativas que possam dar solução às questões expostas pelo Conselho de Medicina na questão do
PS do Hospital Universitário de Maringá. Explicou que ainda está iniciando a análise de toda estrutura da Pasta e das condições
assistenciais no Estado, incluindo aí as atividades dos hospitais-escola. Prefeito da cidade de Apucarana nos últimos seis
anos, Beto Preto também expôs seus planos para a atenção básica, usando, para isso, a experiência de iniciativas implementadas
em cidade onde esteve à frente do executivo.
Os conselheiros Luiz Ernesto Pujol e Carlos Roberto Naufel Junior, que estiveram pessoalmente em Maringá quando do indicativo de interdição ética e visita ao pronto-socorro e demais dependências do Hospital Universitário, explicaram que a medida está amparada na Resolução CRM-PR nº 198/2015 e busca garantir aos profissionais que tenham os meios de trabalho adequados e não estejam expostos a desvios éticos. Nas dependências da unidade foi afixado aviso sobre o indicativo, repetindo ato de três anos antes, o qual propiciou o resultado esperado antes do término do prazo.