O Conselho Regional de Medicina do Paraná registra com pesar o falecimento do médico e professor José Schweidson (CRM-PR 217), ocorrido na tarde de quinta-feira no Hospital Cardiológico Costantini, em Curitiba. O corpo foi velado na Capela Mortuária Israelita Água Verde e sepultado ao final da manhã desta sexta-feira (18).

O mais antigo cooperado da UInimed Curitiba em atividade, o Dr. José tinha 97 anos de idade (faria 98 em fevereiro). Trabalhou até poucos dias atrás em seu consultório no Cendopel (Centro de Doenças de Pele), na Vila Izabel, onde atendia diariamente e tinha a companhia da esposa, Léa Schweidson, diretora da Clínica de Psicoanálise de Curitiba.

Natural de Florianópolis (SC), ele se formou em dezembro de 1950 pela Universidade Federal do Paraná, tendo obtido títulos de especialista em dermatologia, radiologia e diagnóstico por imagem. Foi professor de dermatologia da UFPR e também da Universidade Estadual de Londrina.

Em 28 de abril de 1952, ao lado do Prof. Ruy Noronha Miranda (CRM 254) e outros colegas, participou da fundação do Departamento de Dermatologia e Sifilografia da Associação Médica do Paraná, que deu origem à regional da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Constituiu a primeira diretoria do departamento, que teve o Dr. Ruy como presidente. Esta função o Dr. José assumiu em 1969 e depois em 1977 e 1978.

O nome do Dr. José também está associado à fundação de O Boticário, ao lado do colega dermatologista Wilhelm Baumeier e dos farmacêuticos e bioquímicos Miguel Gellert Krigsner e Eliane Nadalin. Também foi fundador da Clorofila. Era sócio do Colégio Ibero-Latinoamericano de Dermatologia e membro da Sociedade Brasileira de Biologia e Medicina Nuclear e do Colégio Brasileiro de Radiologia.

Detentor de cultura ímpar, continuava lúcido e atento aos acontecimentos políticos e ligados à Medicina. No ano de 2001 ele recebeu o Diploma de Mérito Ético-Profissional do CRM-PR, na passagem do Jubileu de Ouro. Estava na iminência de mais uma vez ser homenageado pelo CRM-PR, agora pela passagem dos 70 anos de formado. Na próxima semana ele seria o médico entrevistado para a série especial “Medicina que é vida; vida que é Medicina”. Também chegou a ser contatado para compor quadro de personagens que o programa Fantástico, da Rede Globo, levará ao ar nesse domingo sobre o Dia do Médico.

Médico que acompanhava o Dr. José, o cardiologista Pedro Michelotto vinha contribuindo para a entrevista e a homenagem fossem consumadas. Ao fazer o primeiro contato ainda em agosto, para ratificar o nome do médico para a série especial, o Dr. Michelotto acentuou que o Dr. José continuava clinicando diariamente e que até os 95 anos ia até o consultório dirigindo o próprio carro.

Na ocasião, reforçou: “Fui aluno e hoje sou seu médico com muito orgulho. Nosso contato vai além do profissional, pois cada consulta que atendo fico fascinado com sua lucidez e sua irreverência, tendo um espírito bastante jovial. Ele sempre me pedia para viver até os 94 anos e, quando estava prestes a completar os 97, cheguei a sugerir que, como cooperado da Unimed, pudesse ser enaltecido em sua longevidade profissional, servindo até como incentivo para os que iniciam nesta difícil profissão”.

Há aproximadamente seis anos, o médico e professor doou a sua biblioteca para o Museu da História da Medicina, em acervo com mais de 1.200 obras. Aspirante a oficial da área de Infantaria, de 1943 a 1944, ele também doou outros objetos de interesse da Medicina.