Entidades representativas de profissionais da linha de frente apontam sistema de saúde em esgotamento e necessidade de medidas
enérgicas pelas autoridades diante da gravidade do cenário em todo o Paraná
Teve grande repercussão na imprensa e redes sociais
o alerta de emergência para a situação de extrema gravidade da pandemia em todo o estado, com recursos
físicos e humanos em seu limite máximo, divulgado no final da tarde desta quarta-feira, 24. A nota foi assinada
em conjunto por instituições representativas de profissionais que estão na linha de frente de combate
à pandemia: Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Associação Médica do Paraná
(AMP), Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR), Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
da 8ª Região – Paraná (Crefito-8) e Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná (Sotipa).
O alerta também aborda a necessidade de adoção
de medidas enérgicas pelas autoridades, ações que contam com o apoio dos profissionais da área
de saúde envolvidos. Nesta quinta-feira, conselheiros do CRM-PR comentaram a atual situação do sistema
de saúde em todo o Paraná, que está em sua capacidade máxima e atingiu o maior número de
pacientes internados desde o início da pandemia pela Covid-19.
Para o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) e conselheiro do CRM-PR, Donizetti Dimer
Giamberardino Filho, o apoio da sociedade é essencial neste momento para o combate à pandemia. "Prezado cidadão,
prezado paranaense, prezado curitibano: precisamos da sua ajuda, da sua consciência de participação como
cidadão em saúde no combate à pandemia", ressalta.
Assista ao vídeo:
Em reportagem da RPC veiculada nesta
quinta-feira sobre a sobrecarga do sistema de atendimento de urgência e emergência em Curitiba, o secretário-geral
do CRM-PR, conselheiro Luiz Ernesto Pujol, explicou como funciona a questão da vaga zero nessas situações.
Assista aqui à reportagem.
Em relato publicado em sua rede social, o conselheiro destacou também o papel de cada indivíduo, vacinado ou
não, de manter as medidas sanitárias de higiene e distanciamento, de forma a evitar o agravamento ainda maior
da pandemia. Leia abaixo:
"Todos os estudos
e índices oficiais demonstram que a assistência à saúde, na atual fase da pandemia pelo novo coronavírus,
encontra-se à beira do abismo. Por mais que os governos estaduais e municipais tenham se empenhado em suprir economicamente
as necessidades do brutal aumento de casos de Covid-19, é assustador e lamentável o aumento de casos e de exigência
de maiores áreas físicas para acolhimento dos doentes, mais leitos de enfermaria e de UTIs, mais insumos (lembremos
do déficit de sedativos e miorrelaxantes para intubação) e, mais sério ainda, mais equipes com
conhecimento especializado para o atendimento dos casos graves.
O número desses elementos é finito, e a pandemia continua a se agravar.
A vacina, esperança maior, tem chegado
em número insuficiente de doses para a necessidade epidemiológica de sua ação. Resta, portanto,
apelarmos para o papel cidadão de cada um de nós, ou seja, vacinados ou não, mantermos distanciamento
social, estarmos em locais arejados, usarmos máscaras em locais públicos e efetuarmos higiene das mãos.
Essa notícia que transmito agora, não
é novidade, porém, no momento em que a pandemia chegou, é um alerta necessário de ser feito, quem
sabe até com uma conotação de catástrofe anunciada. E aí reside o problema: esse alerta
dado por um simplório cidadão como eu, terá uma conotação muito maior, uma repercussão
muito mais intensa e um impacto social muito mais extenso, se dito por uma autoridade como o Prefeito e como o Governador.
Chegou a hora dessas autoridades irem a público
e de uma forma firme, contundente, e do alto de suas representatividades claramente demonstrarem a falência do sistema
público de saúde perante a pandemia, conclamando ao povo a absoluta necessidade de que os meios de prevenção
da Covid-19 devem ser mantidos, agora mais que nunca."