25/11/2010
Nos EUA, farmacêuticas investigam médicos
Indústria verifica se profissionais contratados para divulgar remédios têm "ficha suja"
Multinacionais farmacêuticas americanas vão começar a investigar os médicos que contratam para divulgar seus medicamentos.
A decisão veio após uma investigação mostrar que ao menos sete grandes laboratórios pagaram, em 2009, US$ 7,1 milhões
(de um total de US$ 282 millhões) a 292 médicos que enfrentam processos disciplinares ou sanções regulatórias aplicadas pelo
governo americano.
Os dados foram publicados pelo "ProPublica", um grupo de jornalismo investigativo sem fins lucrativos.
Entre as infrações cometidas pelos médicos estão desde prescrições injustificadas ou com excesso de medicação até acusações
de assédio sexual e de erro médico.
Setenta dos 292 médicos financiados pelos laboratórios já tinham sido denunciados várias vezes, em diferentes Estados
americanos.
Ao menos três laboratórios nos EUA -Eli Lilly, AstraZeneca e Pfizer- informaram que desconheciam "as fichas sujas" dos
médicos e que, a partir do pr "Esses valores, bem como a responsabilidade de ambas as partes, são registrados em contratos
e fazem parte do processo do estudo clínico, que traz um orçamento detalhado de valores e é aprovado pelas instituições que
fazem parte do estudo", explica João Fittipaldi, diretor médico d a Pfizer Brasi.
Ele diz que, no momento, ainda não é possível ter acesso à lista de médicos brasileiros financiados pela Pfizer, mas que
a empresa pretende fazê-lo no futuro.
A Eli Lilly também informou, por meio de nota, que pretende adotar a mesma prática, acompanhando o que já faz a matriz
americana desde o segundo semestre de 2009. "A ideia é que todos os países também adotem essa prática. Porém, há tramites
legais locais que estão sob análise."
Fonte: Folha de São Paulo