No pior cenário desde a chegada da pandemia da Covid-19 no País, os HUs (Hospitais Universitários) do Paraná têm buscado se comunicar com o maior número possível de pessoas por meio das redes sociais. O risco iminente de um colapso na rede de saúde devido ao aumento de pacientes infectados e com quadros graves levou algumas instituições a compartilharem vídeos e mensagens para impactar a população sobre a importância de seguir todas as medidas de prevenção.

HU-UEL

No HU da UEL (Universidade Estadual de Londrina), referência para o tratamento de pacientes moderados e graves com a doença de toda a macrorregião Norte do Estado, um vídeo com imagens das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e o apelo da superintendente Vivian Feijó durante uma entrevista coletiva, foi a maneira que a diretoria e os demais profissionais encontraram para expor a situação crítica do hospital no momento.

“Nós estamos passando por um período onde há chance de um colapso no sistema de internação hospitalar. Este hospital não faz politicagem, não lida com a mentira. A gente trata com a verdade a real situação de atendimento dos pacientes. A população tem que entender que o papel dela neste momento é importante. A saúde sozinha não vai dar conta. A doença cresceu, a doença é grave, a doença é fatal. A gente não quer chegar num momento onde vamos ter que escolher quem vai viver e quem vai morrer. Todas as minhas ações serão pautadas com responsabilidade e destinadas a atender e salvar o maior número de vidas possíveis. Essa é minha obrigação ética e moral e deste grupo que aqui comigo está”, diz a mensagem.

Nesta manhã de terça-feira (9), a taxa de ocupação dos leitos no HU-UEL é de 117% nas UTIs Covid Adulto e 102% na enfermaria. Na UTI Covid Pediátrica, a taxa é de 21%.  

No boletim de Londrina, atualizado na tarde de segunda (8), o total de óbitos
chegava a 743 desde o início da pandemia. Já o número de infectados chegou a 39.619, conforme os dados divulgados pela SMS (Secretaria Municipal de Saúde).  

HUM

No Noroeste, o HUM (Hospital Universitário Regional de Maringá) também publicou um vídeo nas redes sociais com uma mensagem da superintendente Elisabete Kobayashi.  Ela destaca que o hospital tem registrado nas últimas semanas uma taxa de ocupação dos leitos de 100% tanto nas UTIs quanto na enfermaria, e afirma que a Covid-19 fez uma acomodação em uma faixa etária mais jovem.  

“Os casos estão sistematicamente estão mais graves, demandando maior tempo de internação e maiores cuidados. A gente pede que neste momento a população respeite as orientações de isolamento social, distanciamento social, uso de máscaras, mantenha as etiquetas de higiene com higienização frequente das mãos com álcool gel ou água e sabão, evitando assim a manutenção das altas taxas de transmissão desse vírus”.  

Ao final do vídeo, a superintendente pede paciência. “O ano não foi fácil. Estamos todos alertas nos hospitais para cuidar de vocês, mas evitem sair, as aglomerações e confraternizações neste momento. Se a gente se der as mãos e respeitarmos todas as orientações, a gente vai sair dessa”.  

Desde o início da pandemia, Maringá já registrou 32.779 casos positivos de Covid-19 e 498 mortes.

HU-UEPG

Com as hashtags #secuidapormim e #eutrabalhonoHU, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, faxineiras e todos os demais colaboradores que atuam no Hospital Universitário da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) também estão dando “as caras” nas redes sociais numa espécie de desabafo. 

Ao apresentar, a cada dia, um profissional que atua na instituição, a UEPG traz a mensagem de que o hospital deseja que essas pessoas sejam conhecidas apenas por foto e também faz um apelo: “se cuida, pra não precisar do nosso trabalho”.  

A campanha para que as pessoas fiquem em casa e sigam as regras de distanciamento teve início no dia 01 de março no Instagram da instituição (@oficialuepg) e tem impactado mais de 20 mil seguidores. 

Ponta Grossa (Campos Gerais) já confirmou 24.031 casos da doença desde o início da pandemia e 432 óbitos. De acordo com o boletim divulgado na segunda-feira (8), atualmente há 7.697 pessoas em isolamento domiciliar.

Fonte: Folha de Londrina.