24/11/2014

Na passagem do Dia da Homeopatia, celebrado em 21 de novembro, a homenagem ao Dr. Gamarra

O mês de novembro foi de tristeza, com perda de grandes nomes da Medicina

O mês de novembro foi marcado pela perda de grandes nomes da Medicina brasileira e paranaense, dentre eles o cardiologista e ex-ministro da saúde Adib Jatene, o professor e escritor João Manuel Cardoso Martins, o pediatra Ismar Strachtman, o psiquiatra e professor aposentado da UFPR José Crippa, o também cardiologista e professor Paulo Franco de Oliveira e ainda o homeopata Javier Salvador Gamarra, ex-presidente da Associação Médica Homeopática Brasileira e da Regional do Paraná.

clique para ampliar>clique para ampliarDr. Gamarra. (Foto: Arquivo pessoal)

O Dr. Gamarra (CRM 2233) faleceu no dia 6, vítima de infarto quando preparava o texto para uma palestra que proferiria na semana seguinte. Ele tinha 73 anos e familiares creditam o agravo à saúde ao atentado que sofreu no início de março último, ao tentar salvar de assalto uma aluna sua do Centro Médico Homeopático Samuel Hahnemann, no bairro Bom Retiro. Na ocasião, os ladrões o balearam na perna e o agrediram com coronhadas na cabeça.

Natural do Paraguai (nasceu em 27 de junho de 1941), ele se graduou em Medicina pela Universidade Federal do Paraná em dezembro de 1967. Diretor-presidente do CPPC e da Fundação de Estudos Médicos Homeopáticos do Paraná (FEMPR), onde desde 1975 prestava atendimento ambulatorial a pessoas carentes. Com grande importância na difusão da homeopatia nas classes sociais mais pobres, ganhou o reconhecimento no meio médico por seu trabalho às causas sociais e humanitárias e também pela atuação na docência.

O Dr. Gamarra deixou viúva D. Ana Josefina e três filhos: o farmacêutico Javier Junior, a psicóloga Delphine e Juan Vicente, que segue carreira de relações internacionais. De acordo com a família, a intenção é manter a escola de homeopatia e também o ambulatório onde o Dr. Gamarra se dedicava a atender pessoas carentes. A Câmara Municipal de Curitiba, com manifestação do vereador Jorge Bernardi, registrou voto de pesar pelo falecimento do médico.

DIA DA HOMEOPATIA

Na passagem do Dia da Homeopatia, em 21 de novembro, a AMHPR prestou homenagem ao Dr. Gamarra, postando texto em seu portal na internet, acrescido de uma biografia.

Confira parte do texto com depoimentos de médicos e de filhos:

“Dr. Gamarra era dotado de uma inteligência superior e tinha uma grande capacidade de estudo e trabalho, qualidades de mestre. Sabia muito bem discernir o que era mais importante para a escolha do medicamento mais acertado para cada paciente homeopático. Formou muitos dos atuais mestres da homeopatia brasileira, que  beberam e se nutriram dessa fonte chamada Gamarra. Sua importante e forte contribuição, seguramente ajudou em muito a alavancar a homeopatia em todo o país sendo dever de todos nós, seus discípulos, herdeiros desta maravilhosa arte, dar continuidade ao seu maravilhoso e diligente trabalho.  O Brasil deve a este grande homem de origem paraguaia, uma eterna gratidão, pois sem seu pujante e corajoso trabalho, doado a todos nós, não teríamos a homeopatia que temos hoje em nosso país” , enfatizou o presidente da da Associação Médica Homeopática do Paraná, Jorge Ricardo dos Santos.

O médico homeopata Roberto Pinotti também esteve ao lado deste mestre por muitos anos e destaca sua importância no desbravamento da homeopatia, numa época em que ainda não era reconhecida como especialidade médica no Brasil, enfrentando todas as adversidades e superando todos os obstáculos, como médico e como professor. Segundo ele, Dr Gamarra contribuiu em muito na multiplicação do número de homeopatas em todo o Brasil, ao criar inúmeros cursos de especialização a partir do seu núcleo de Curitiba.

A relação com seus pacientes também foi de dedicação. “Sempre atento, preocupado, quando telefone tocava, ele atendia sem pestanejar, fosse sábado, domingo, na hora do almoço, madrugada. Estava sempre à disposição. Muitas vezes saía tarde da noite para ir visitar ao pacientes em crise no hospital. Algumas vezes passeios foram adiados ou atrasados para que ele pudesse dar atenção a alguém doente”, enfatiza seu filho Javier Salvador Gamarra Junior, que seguiu na homeopatia como farmacêutico homeopata. Cita o filho ainda que o médico agia com generosidade e cuidado amoroso para seus pacientes o tempo todo. Contudo, “também dava broncas nos pacientes quando eles não seguiam suas recomendações, mas sempre naquele sentido de paizão atento, cuidadoso e exigente. E os pacientes tinham verdadeira adoração por ele”.

Continuar o legado de seu pai é um desafio nada simples em sua opinião. “Precisamos manter um trabalho forte de manutenção e fortalecimento da Escola de Homeopatia de Curitiba, herdeira da primeira instituição de formação de homeopatas do Estado, a AMHPR (1977) e o ambulatório da Escola, com o sistema de atendimento com sua finalidade social e educacional”, assinalou Javier Junior.

A filha Delphine Gamarra reforça: “Ter um pai tão dedicado à causa da homeopatia só pode me trazer muito orgulho. Quando era criança íamos muitas vezes fazer um passeio de carro diferente. Na verdade, o pai ia atender pacientes que necessitavam de atendimento urgente em suas residências, geralmente à noite ou final de semana e acredito que ele nos levava, pois era uma forma de estar junto da família. Nossa casa desde sempre era um local de encontro e estudos de homeopatia, vez por outra havia um estudante de homeopatia hospedado. Passei a infância ouvindo falar de nomes de medicamentos, de sintomas, onde as conversas que seu pai tinha com seus amigos, que eram homeopatas, eram sempre sobre a doutrina homeopática, sobre estudos e descobertas lembrando da sua alegria quando a homeopatia se tornou uma especialidade médica no Brasil.”

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