01/06/2015

Mulheres com baixa escolaridade fazem três vezes menos mamografia no Paraná

Inovações em medicação e tratamento do câncer de mama serão discutidas em Curitiba em congresso para cerca de 1.200 mastologistas nacionais e internacionais

Nos últimos anos, a procura para a realização da mamografia aumentou no Paraná, entretanto as mulheres com menor escolaridade, de baixa renda e que residem em lugares mais distantes fazem três vezes menos o exame do que as que têm melhores condições socioeconômicas. Os dados são do levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia com base nas informações da Secretaria Estadual de Saúde. Este e outros temas sobre prevenção do câncer de mama, além de inovações de medicação e tratamentos serão discutidos no Congresso Brasileiro de Mastologia, que acontece de 3 a 6 de junho, na ExpoUnimed, em Curitiba. A expectativa é de que o evento reúna cerca de 1.200 mastologistas de todo o Brasil e do exterior, que abordarão o que há de mais moderno no mundo sobre a doença que é a segunda maior causa de morte da mulher brasileira.

De acordo com o levantamento da entidade, o Paraná realizou pelo SUS cerca de 430 mil mamografias e 63 mil ultrassonografias de mama em 2014, um número considerado pouco abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, mas acima da média nacional de cobertura. Metade das mamografias foi realizada pelas mulheres de 50 a 69 anos, embora haja uma grande procura das mulheres em faixas etárias abaixo, principalmente as que estão entre os 40 a 49 anos. "Devemos incentivar mais a procura por mamografia nas faixas etárias de mulheres mais idosas porque a maior parte dos casos de câncer de mama no Brasil acontece na faixa etária acima de 50 anos", afirma Vinícius Budel, presidente da SBM Regional Paraná e responsável pela organização do evento.

Segundo ele, a quantidade de equipamentos para realizar a mamografia no estado é satisfatória. São 133 mamógrafos que atendem a população pelo SUS, distribuídos nas 22 regionais de saúde. Porém, a distribuição é desigual, já que a grande maioria encontra-se na capital enquanto uma área imensa do interior fica descoberta. Budel ressalta ainda que as chances de cura da doença possam chegar a 95% se diagnosticada logo no início.

Ele faz questão de lembrar ainda o fato de o câncer de mama matar mais de 12 mil mulheres a cada ano no Brasil, o que exige cuidados e atenção máxima por parte da população. “Não podemos esquecer que, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a previsão é de que ocorram mais de 57 mil novos casos este ano. Isso é preocupante para a saúde pública brasileira”, alerta o mastologista. Para ele, as medidas de diagnóstico precoce são as principais armas das mulheres, por isso é preciso repetir exaustivamente, disseminando essa informação o máximo possível. Pensando nisso, no terceiro dia do evento, 5 de junho, será realizado o Fórum da Mulher, criado para fomentar a troca de ideias entre ONGs, agentes de saúde e todas as pessoas ligadas ao tema para compartilhar resultados e experiências e tirar dúvidas sobre o tema, tendo acesso a informações qualificadas.

Congresso Brasileiro

Muitos dos estudos relacionados a tratamentos e cirurgias apresentados no Congresso já estão sendo aplicados no Brasil, principalmente o que se refere a testes genéticos, oncoplastia (novos produtos que facilitam as reconstruções mamárias imediatas com implantes) e radioterapia. No entanto, a grande novidade apresentada serão os tratamentos menos mutiladores que evitam a remoção dos linfonodos das axilas e que, com isso, pode diminuir o edema de braço. “Nenhuma mutilação é tão grande quanto o edema de braço. Isso prejudica a qualidade de vida da mulher porque dificulta os movimentos e a força dos membros, e a impede de ter uma vida normal”, explica Dr. Budel, complementando que cada vez mais os médicos querem fazer cirurgias menores.

Ele ressalta que o Congresso irá mostrar que é possível diminuir a mutilação feita hoje nas mulheres brasileiras. Para isso, serão apresentadas novas técnicas de cirurgias e modalidades de radioterapia que já são usadas em outros países para evitar o esvaziamento destes linfonodos axilares. O evento também contará com um treinamento para 20 mastologistas chamado Hands-On, que se realizará com um matotreiner, um boneco simulador de cirurgia para colocação de próteses mamárias, cirurgias reparadoras da mama e de radioterapia intraoperatória. Será a primeira vez que um equipamento como este será usado em um congresso de mastologia. Também haverá seminários voltados para diversos profissionais de saúde e para o público leigo.

Serviço
Evento: XVIII Congresso Brasileiro de Mastologia
Data: 3 a 6 de junho de 2015
Local: Centro de Convenções ExpoUnimed, Curitiba (PR)
Site: www.cancerdemama2015.com.br

Fonte: Divulgação

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