10/05/2010
Mortalidade materna cai 50% no Brasil
A taxa de mortalidade materna caiu quase 50% no Brasil - de 140 mortes para cada 100 mil nascidos vivos em 1990 para 75 óbitos
para cada 100 mil nascidos vivos em 2008 -, segundo relatório do Ministério da Saúde divulgado na semana passada. O número,
contudo, ficou quase quatro vezes acima do índice aceito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 20 mortes por 100 mil.
De acordo com o ministério, a taxa de mortalidade materna no país recuou porque há um número maior de partos assistidos
por profissionais de saúde qualificados e de gestantes que realizam pré-natal, cuja cobertura pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) cresceu 1.904% entre 1994 e 2009. O aumento no uso de contraceptivos, que reduz as gestações indesejadas e mortes por
aborto, também contribuiu para a redução da taxa, segundo apurou a Agência Brasil.
Apesar disso, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, reconheceu que não será fácil cumprir a meta do milênio que estabelece
queda de 75% na razão de mortes maternas até 2015, especialmente porque a taxa aumentou em alguns estados do Nordeste. É o
caso de Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Bahia. As exceções foram o Ceará - queda de 100 mortes em 1990 para
63 em 2008 -, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Em 2008, a Região Nordeste registrou 543 mortes maternas, contra 189 na Região Sul. "A morte materna no Brasil mantém
a mesma lógica de equidade do desenvolvimento industrial, acesso a emprego, renda e escolaridade. Por isso encontramos índices
maiores no Nordeste e na Amazônia Legal", explicou Adson França, assessor especial do ministro da Saúde.
A principal causa de morte materna no país é a hipertensão, seguida por hemorragia, infecção puerperal, aborto e doenças
do aparelho circulatório que têm complicações em razão da gravidez.
Fonte: Agência Estado