03/07/2015

Missa em memória do Prof. Ivo Carlos Arnt será nesta sexta-feira, 3 de julho

Ela era membro da Academia Paranaense de Medicina e em 2010 recebeu homenagem do CRM-PR pelo Jubileu de Ouro

clique para ampliar>clique para ampliarDr. Ivo recebendo homenagem do CRM-PR em 2010. (Foto: Luiz Augusto Costa)

A missa de sétimo dia em memória do Prof. Dr. Ivo Carlos Arnt (CRM 1.257) será realizada nesta sexta-feira (3), às 18h, na Paróquia São Francisco de Paula (Rua Desembargador Motta, 2500, esquina com a Rua Saldanha Marinho), em Curitiba. Ele faleceu no último dia 28, aos 79 anos. Natural de Porto Alegre (RS), formou-se em 1960 pela UFRS. Em 2010 ele recebeu o Diploma de Mérito Ético-Profissional pelos 50 anos dedicados à atividade de forma exemplar. Era membro da Academia Paranaense de Medicina e professor aposentado do Departamento de Tocoginecologia do Setor de Ciências da Saúde da UFPR, onde atuou entre 1966 e 1994, ano em que se aposentou.

Com uma vasta história acadêmica, é autor de diversos artigos e livros, sendo que o último deles, "Décadas Valiosas na História da Reprodução Humana no Paraná", de 2012, foi publicado pela Editora UFPR. Participou ativamente da criação e foi o primeiro professor da disciplina de Reprodução Humana do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná, além de ter feito, ainda, parte do corpo acadêmico da Universidade Federal de Santa Catarina como docente-livre na área Biomédica.Sua biografia resumida se encontra em anexo.

O Dr. Ivo deixa mulher (Regina Maura Gasparetto Arnt), dois filhos, Ivo Carlos e Lúcia Regina, e cinco netos.

Confira abaixo texto publicado pelo jornal Gazeta do Povo em sua edição desta sexta, 3, na página de obituário:

Ivo Carlos Arnt: manias, coleções e memórias de um médico preocupado com a história e a natureza

A vida de Ivo Carlos Arnt não foi marcada apenas por uma única carreira. Ele foi médico, professor, produtor rural, administrador de um hotel ecológico, idealizador e mantenedor de uma casa de memórias. Sempre muito ligado à família e às histórias dela, queria registrar tudo. Em todas as festas, Ivo era o fotógrafo e cinegrafista oficial. Seu equipamento não era profissional, mas estava com ele em todas as oportunidades. As gravações só eram mostradas para a família tempos depois de feitas, para que todos relembrassem daqueles momentos felizes. Gostava também de se debruçar nas pesquisas sobre as suas origens. Descobriu registros e histórias que estavam quase se perdendo no tempo.

Conheceu a esposa, Regina, em meados dos anos 1950. O primeiro encontro foi durante um baile em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e, desde então, nunca mais se separaram. Casaram-se em 1961, depois de alguns anos de namoro. Tiveram dois filhos, Ivo Carlos e Lúcia Regina, além de cinco netos. Muito presente na vida de todos, Ivo gostava de participar, saber de tudo e, quando necessário, aconselhar. André, Nilo, Carlos, Rodrigo e Inara, seus cinco netos, tornaram-se suas grandes paixões.

O conhecimento da memória da família fazia com que fosse um grande contador de histórias. Seu avô, Carlos Herrmann, era o centro de muitas delas. Contava sempre da preocupação dele com ventos frios e os problemas que poderiam causar. Por onde passava, repetia a frase do avô: preferia um inimigo pela frente do que um vento pelas costas. A preocupação virou uma das manias de Ivo. Ao chegar aos lugares, ia logo fechando todas as portas e janelas.

Durante a vida cultivou outras tantas manias. Uma delas era com seus carros, pois as placas dos automóveis tinham de conter números que somassem ou fossem múltiplos de sete. Era também um grande colecionador. Ivo tinha um pouco de tudo em sua casa: selos, canetas, cartões-postais, moedas e muitos outros objetos.

Era também um orquidófilo e mantinha um jardim de inverno com os mais variados tipos da planta. O hábito de cultivar as orquídeas também veio de família; ele repetia sempre a frase de sua tia, Carolina Herrmann: só estava feliz entre as flores.

Natural de Porto Alegre (RS), chegou a Curitiba com 28 anos, já formado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Aqui se especializou em ginecologia e pode se tornar doutor em sua área pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), na qual se tornou professor de tocoginecologia e de reprodução humana. Deu aulas também na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ainda participou ativamente de conselhos, sociedade e instituições médicas.

Ivo nunca gostou de ficar parado. Após a aposentadoria da medicina e da educação, passou a se dedicar ao campo. Virou produtor rural na região de Tibagi, nos Campos Gerais, e ficou conhecido por ser um dos únicos produtores brasileiros do gado Pinzgauer, raça austríaca. Dedicou-se também à silvicultura, plantio de reflorestamento, sempre pensando na preservação da natureza, outra de suas paixões.

Com a filha Lúcia, ele assumiu o controle do projeto Itáytiba Ecoturismo, um grande complexo de turismo ecológico e rural localizado entre o Rio Iapó e o Canyon Guartelá. De todo o projeto, seu grande xodó era a “Casa de Memórias Nhá Tota”, idealizada e mantida por ele. O espaço fica dentro do Parque Vô Ivo, nomeado em sua homenagem, e se tornou uma espécie de museu para preservar a história da região. O acervo de mais de 10 mil peças foi formado em grande parte por suas próprias coleções.

Ivo tinha uma grande paixão pela escrita. Desde muito jovem, escrevia um pouco de tudo. Começou com as homenagens aos familiares e amigos e passou a fazer centenas de publicações científicas em revistas. Escreveu também diversos livros sobre a medicina e a família.

Aos 79 anos, já tinha alguns problemas no coração, mas não costumava se queixar das doenças. Sofreu um ataque cardíaco, que resultou em uma embolia pulmonar, em 28 de junho.

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