26/02/2016
Será nesta sexta (26), às 19h30, na Igreja do Perpétuo Socorro. Faleceu no sábado, aos 97 anos
Será realizada nesta sexta-feira (26), às 19h30, na Igreja do Perpétuo Socorro (Alto da Glória, em Curitiba), a missa de sétimo dia do falecimento do ilustre médico e escritor Manif Zacharias. Legista de renome nacional, ele faleceu no último sábado em Curitiba, aos 97 anos. Era irmão do também legista e professor Elias Zacharias e pai do médico Miguel Zacharias Sobrinho.
O Dr. Manif (CRM-PR 2.080) nasceu em Curitiba em 5 de agosto de 1918. Filho dos imigrantes sírios Assad e Zalfa Zacharias, cursou Medicina na Universidade Federal do Paraná, onde se formou em 1940. Em maio de 1944 ele foi trabalhar em Criciúma, onde teve destacada atuação na profissão e também na comunicação (foi noticiarista da rádio Eldorado e articulista do jornal Tribuna Criciumense, hoje A Tribuna), na maçonaria e na militância política, integrando o Partido Comunista Brasileiro. Foi preso em abril de 1964. Graças a um dos irmãos, que era delegado, conseguiu sua transferência para Curitiba, onde ficou em regime de prisão domiciliar. Depois, além de dedicar-se à Medicina, também deu ênfase à literatura e história.
Foi coautor do “Dicionário de Medicina Legal” e autor de “Minha Criciúma de Ontem” e “Criciúma, Vultos do Passado e Personalidades Contemporâneas”. Publicou ainda “Lexicologia de Os Sertões – o vocabulário de Euclides da Cunha”, obra premiada pela Academia Brasileira de Letras, que lhe conferiu o Prêmio Antonio Ermírio de Moraes (2002). Em 1993, a Câmara de Vereadores de Criciúma realizou sessão especial de desagravo, concedendo-lhe o título honorífico de cidadão honorário. Também foi homenageado na Câmara Municipal de Curitiba, que lhe outorgou o título de Cidadão Benemérito.
Em 1991 o Dr. Manif recebeu o Diploma de Mérito Ético-Profissional do Conselho Regional de Medicina, por ter alcançado o 50º aniversário de atividade médica cumprida de forma exemplar. Com ele, na ocasião, também foram homenageados outros 17 médicos, dentre eles o Dr. Amilcar Rocha Coutinho, que em maio do ano passado festejou o centenário de nascimento, e ainda Manoel Stenghel Cavalcanti, Plínio Romano e Mário Gubert. O irmão dele, já falecido, Dr. Elias, que dirigiu o Instituto Médico Legal do Paraná, recebeu a comenda em 1993. O presidente do CRM-PR, Luiz Ernesto Pujol, registrou o pesar na classe médica com a perda de seu ilustre expoente.
Sobre ele, escreveu o amigo Henrique Packter, médico oftalmologista, escritor e articulista de “A Tribuna”: “Era um idealista, homem à frente de sua gente e de seu tempo, culto, imaginativo, cultor da nossa língua, médico humanitário, escritor primoroso, liderança nata, desprendido de bens materiais, homem cheio de grandeza”. Manif, no bom árabe, como escreveu o jornalista José Carlos Fernandes, da Gazeta do Povo, significa “ser privilegiado”. Aliás, merece leitura o artigo sobre o médico, de autoria de José Carlos, publicado em maio de 2009 na Gazeta.