04/12/2008
Ministério suspende vestibular de dois cursos de medicina
Outros dois cursos deverão cortar o número de vagas oferecidas; mais sete serão notificados pelo Ministério da Educação
para que solucionem problemas
O Ministério da Educação determinou ontem a suspensão do vestibular de dois cursos de medicina e o corte de vagas em mais
dois. Outros sete serão notificados pela pasta a assinarem termos de compromisso para sanarem problemas.
A Unig (Universidade Iguaçu) não poderá ter nenhum novo estudante nos próximos 12 meses no campus de Itaperuna (RJ). No
de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, as vagas oferecidas para 2009 terão de cair de 200 para 150.
De acordo com a comissão avaliadora, chefiada pelo ex-ministro Adib Jatene (Saúde), faltam docentes em regime integral
e há deficiências no ensino de atividades práticas.
A Unimar (Universidade de Marília) terá de suspender o ingresso de alunos nos próximos três meses e credenciar mais leitos.
A instituição, diz o MEC, tem poucos docentes com dedicação exclusiva e espaços físicos pequenos para as atividades ambulatoriais.
Já a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), em Canoas (RS), terá que cortar dez vagas no ano que vem -oferecerá 140,
e não 150, segundo o MEC.
Os principais problemas encontrados foram a redução dos leitos do hospital de ensino destinados a aprendizagem supervisionada
e suspeitas em relação à correção do vestibular.
Maria Paula Dallari Bucci, secretária de Educação Superior do MEC, diz que as instituições sofreram medidas cautelares
devido à iminência dos processos seletivos.
As ações fazem parte do processo de supervisão dos cursos de medicina iniciado em 2007. Os 17 atingidos tiraram notas
1 e 2 no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), no conceito que mede o desempenho dos universitários e no que
verifica quanto conhecimento a instituição agregou.
Outros sete cursos tiveram diagnosticados problemas como inadequação do projeto pedagógico às diretrizes curriculares
e de infra-estrutura.
As instituições terão que firmar termo de compromisso com um plano para corrigir as deficiências, sob pena de sofrerem
processo administrativo, mas não haverá corte de vagas.
Outras quatro instituições ainda serão avaliadas: Universidade de Uberaba, Centro de Ensino Superior de Valença (RJ),
Universidade Severino Sombra (RJ) e Universidade Metropolitana de Santos (SP).
Osmar Rufatto, pró-reitor de graduação da Ulbra, disse que está "disposto a conversar" com o MEC. Ele atribuiu o desempenho
ruim no Enade à falta de empenho dos alunos. Sobre a redução no número de leitos, afirmou que a universidade passa por uma
crise passageira, mas que foram oferecidos outros locais para as atividades.
Julio Cesar da Silva, reitor da Unig, disse que o curso da instituição tem qualidade, mas que só poderia se posicionar
após receber o relatório da comissão. A Unimar afirmou que já fez o processo seletivo e que os aprovados já foram matriculados.
Segundo a universidade, o despacho do MEC não tem efeito retroativo e os problemas já foram resolvidos.
A Ulbra informou que vai cumprirá a decisão. A universidade disse que fará o vestibular previsto para amanhã, alterando
de 70 para 65 o número de vagas no próximo semestre.
Fonte: Folha de São Paulo com colaboração da Agência Folha, em Porto Alegre