27/06/2013

Mesa-redonda debate como o médico é visto pela imprensa

Participantes abordaram temas como o papel do médico diante da sociedade, importação X Revalida e a forma como os meios de comunicação tratam denúncias de erro médico, entre outros

A segunda parte dos debates do VIII Seminário Médico-Mídia trouxe para uma mesa-redonda jornalistas e representantes de classe para falar sobre o papel do médico diante da sociedade e como os assuntos relativos à atividade médica são abordados pela imprensa e pela mídia.

clique para ampliar>clique para ampliarParticipantes abordaram temas como o papel do médico diante da sociedade, importação X Revalida e a forma como os meios de comunicação tratam denúncias de erro médico, entre outros. (Foto: CRM-PR)

Para a jornalista Cassia Godoy, âncora e coordenadora de redação da rádio Band News, que também mantém uma coluna sobre saúde, o médico é visto como dono de um saber fundamental para a vida e a sociedade. “Na rádio procuramos sempre dar clareza na transmissão da informação, daí a importância da fonte ter conhecimento, ser didático, tentar uma aproximação coloquial do público, mas não subestimar o conhecimento do ouvinte”. Seu trabalho é voltado a prestar um serviço para a população, auxiliado pela facilidade técnica que a rádio oferece, e o retorno é grande, pois saúde é um dos assuntos que mais desperta o interesse da audiência.

Walter Guimarães, especialista em Jornalismo e Sociedade pela UNB, abriu a questão da importação de médicos afirmando: “Não sou contra a vinda dos profissionais, mas gostaria que os que viessem fizessem a prova do Revalida e fossem aprovados. Da mesma forma que eu gostaria que médicos de formação dúbia no Brasil também fossem testados”, argumentou. Ele reforçou a importância de os meios de comunicação saberem identificar o que de fato é notícia, procurando não cometer exageros ou pré-julgamentos, e afirmou: “O limite a que o jornalista pode expor (seu personagem) é a verdade”. Guimarães defendeu também que a formação do jornalista precisa ser repensada e citou exemplos de erros comuns causados pela falta de conhecimento específico, como o uso equivocado de expressões jurídicas.

A produtora do programa Bem-Estar, da rede Globo, Fabiane Leite, citou a forma com que a imprensa é informada a respeito de supostos erros médicos e afirmou ser esse um assunto muito delicado, pois “existe uma grande chance de os jornalistas escorregarem”, afirma. Segundo ela, as redações recebem denúncias simples, por e-mail ou telefonemas dos próprios pacientes, por um colega, ou até mesmo pela internet. “Claro que há o interesse pelo compromisso dos veículos com o público, mas sempre é uma questão muito delicada”, afirma Fabiane, citando exemplos de casos que tiveram grande repercussão na mídia nacional. Para ela essa repercussão se dá ora pela boa imagem que as pessoas têm do médico, ora pela falta de acesso ou de qualidade dos serviços, constatados pela população. Por fim, a produtora elogiou a eficiência da comunicação das entidades médicas ao longo dos anos, auxiliando na divulgação de informações de interesse de toda a classe e da sociedade.

Douglas Natera, médico e vice-presidente da CONFEMEL (Confederação Médica Latino-Americana e do Caribe) destacou a necessidade de preservação do respeito entre médicos, sociedade e imprensa, e defendeu a manutenção do Revalida. “Muitos países têm médicos estrangeiros, mas todos têm que cumprir com a lei; fazer o teste e estudar as matérias que faltarem”, conclui. 

Fonte: CRM-PR

 

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