Solicitação deverá ser direcionada ao Conselho do estado no qual o profissional esteja inscrito
Os médicos transgêneros e travestis poderão ter seus nomes sociais (como querem ser chamados) incluídos no cadastro dos
Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), o qual fica disponível para consulta pública. O entendimento é do Conselho Federal
de Medicina (CFM), que analisou o tema a pedido de alguns profissionais e encaminhou orientação aos regionais na terça-feira
(6).
O nome social passará a constar nas páginas dos Conselhos juntamente com o nome civil, desde que os profissionais oficializem
os pedidos. O entendimento, expresso em parecer da Coordenadoria Jurídica do CFM, torna possível que médicos transgêneros
e travestis possam ser identificados por colegas de trabalho e pacientes pelo nome com o qual querem ser conhecidos.
Contudo, alerta o CFM, não é possível realizar a alteração do nome também na carteira de identificação profissional,
concedida pelos Conselhos de Medicina. “Para proceder essa alteração o médico deve obter autorização judicial, o que possibilita
a mudança de todos os seus documentos de forma definitiva”, pontua o documento da assessoria do CFM.
Paraná
No CRM-PR, o médico ou médica que queira incluir o nome social no cadastro e, consequentemente, na busca profissional
do site, deverá fazer a solicitação diretamente pelo Portal de Serviços, mediante login e senha. A plataforma está passando
por atualização para oferecer esta possibilidade e o Conselho informará quando estiver disponível.
Histórico
Em 2016, o CFM já havia tratado desse tema em outra decisão. Na época, a autarquia decidiu que médicos transgêneros poderiam
usar o nome social em documentos administrativos internos e em seus locais de atuação.
No documento divulgado, o CFM esclarecia que a regra - que se aplicava fundamentalmente à administração pública - permitia
o uso do nome social dos profissionais, após solicitação, em crachás, memorandos, ofícios, identificação nas folhas de ponto,
contracheques dos servidores, etc., bem como os cadastros internos dos médicos inscritos.
Os dois entendimentos do CFM têm base no Decreto nº 8.727/2016, que estabelece que os profissionais podem requerer junto
aos seus empregadores a alteração de documentos internos, privilegiando o seu nome social em lugar do seu nome civil. A norma,
que foi editada pela Presidência da República, em abril de 2016, “dispõe dobre o uso do nome social e reconhecimento da identidade
de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional”.
Fonte: CFM