A importância dos alimentos para a saúde humana faz com que a liberação de alimentos transgênicos no Brasil pela CTNBio
(Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) entre na pauta de debates da classe médica, particularmente no que diz respeito
à segurança. Uma
Consulta Pública da
ANVISA é um dos espaços abertos recentemente para o aprofundamento das discussões sobre os princípios que devem nortear
o parecer final dos pedidos de liberação.
Pela praticidade, a CTNBio opta nas suas deliberações pelo princípio da EQUIVALÊNCIA, seguindo o exemplo dos EUA, que
não exige pesquisas comprobatórias da segurança dos produtos transgênicos para saúde e para o meio ambiente. A Comunidade
Européia, por outro lado, exige a aplicação do princípio da PRECAUÇÃO e, consequentemente, a obrigatoriedade da apresentação
das pesquisas científicas que atestem a segurança do produto transgênico à saúde e ao meio ambiente, como pré-requisito para
a liberação.
No Brasil, estão em debate os milhos transgênicos receptores de um gene que faz com que a planta se torne capaz de sintetizar
uma toxina fatal para insetos e outros herbívoros. A transgenia transferiu para a planta o código genético responsável por
esta função da bactéria Bacillus thuringiensis, comumente usada em programas de controle microbiano de insetos e pragas.
Já foi liberada a soja transgênica que tem um gene que confere à soja resistência ao herbicida Glifosato, sobrevivendo, com
isso, a aplicações de grandes quantidades desse agrotóxico, enquanto as espécies de ervas daninhas são eliminadas.
Já está comprovado o desenvolvimento de resistência de insetos à toxina Bt; como também das ervas daninhas ao Glifosato.
Nos dois casos inseticidas químicos e outros herbicidas são, obrigatoriamente, aplicados para contornar a resistência. Com
isso há danos à saúde do consumidor e ao trabalhador no campo; sem falar do dano ao meio ambiente.
Tem havido discussões sobre os impactos à saúde do trabalhador e do consumidor e é fundamental que todos os médicos e
instituições participem deste debate no site da ANVISA.
Fonte: Acontece Comunicação e Notícias