21/07/2009

Médicos paranaenses debatem Qualidade e Defesa Profissional

A atividade reuniu cerca de 40 participantes e fomentou a valorização da profissão médica. A idéia da Sociedade Brasileira de Cardiologia - Regional Paraná - é de, futuramente, promover um Fórum sobre a temática envolvendo instituições governamentais, sindicato, cooperativas e seguradoras.


Com propósito de conscientizar a classe médica para a importância de debater a valorização profissional, a responsabilidade civil, a ética e a qualidade da formação dos novos médicos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e sua Regional no Paraná promoveram, nos dias 10 e 11 de julho, Simpósio em Qualidade e Defesa Profissional. A atividade reuniu em torno de 40 participantes e foi realizada na sede da Associação Médica do Paraná, entidade que apoiou o evento, juntamente com o Conselho Regional de Medicina.

A remuneração é um dos fatores que contribuem para a precarização do trabalho médico, mas não é o único, reiterou o diretor de Qualidade Profissional da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Emilio Zilli, que palestrou sobre "As ações da SBC na defesa do cardiologista brasileiro" e "Marcadores de qualidade assistencial".
"Temos um sistema de saúde que gasta mais com a tentativa de cura do que com a prevenção. Mais com o exame complementar do que com a consulta. Mais com a tecnologia do que com o investimento em pessoal", criticou o cardiologista. De acordo com ele, além da remuneração é preciso discutir um novo modelo de prioridades no sistema de saúde atual.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia - Regional Paraná e componente da comissão organizadora do Simpósio, José Carlos Moura Jorge, o médico se preocupa, até de forma cruel, em manter e agregar novas fontes de trabalho para suprir necessidades de atualização intelectual, da vida social e familiar. Essa rotina faz com que os profissionais acabem não refletindo sobre as condições precárias de trabalho do médico como longas noites em plantões, sucateamento dos hospitais públicos com falta de medicamentos, insumos e recursos humanos, além do congelamento de salários. "Para que o médico faça valer a sua força, o seu direito, a classe precisa de união, motivação e determinação", avalia. "O debate, em conjunto com as entidades que nos representam, é uma oportunidade para definirmos que rumo seguir", diz.

A idéia da Sociedade Brasileira de Cardiologia - Regional Paraná - é de, futuramente, promover um fórum de âmbito nacional sobre a temática envolvendo instituições governamentais, sindicato, cooperativas e seguradoras.

O estímulo ao debate também é uma bandeira defendida pelo Conselho de Medicina. De acordo com o presidente do CRMPR, Miguel Ibraim Abboud Hanna Sobrinho, o objetivo da entidade ao apoiar atividades como o Simpósio em Qualidade e Defesa Profissional é contribuir na discussão não apenas de ciência, mas de valores, humanismo e princípios. "Faremos tudo para angariar aliados na busca pela formação ética de nossos colegas médicos", afirma o especialista, que durante o Simpósio participou como moderador da mesa redonda sobre Qualidade e Defesa Profissional e ministrou palestra sobre "A ética e o mercado". "As apresentações foram enriquecedoras. Percebi que vários estudantes também estiveram acompanhando a atividade, o que reitera o papel colaborador das entidades na formação ética do profissional", comentou.

Também participaram do Simpósio o vice-presidente do CFM, Roberto D´Ávila, o presidente da Associação Médica do Paraná, José Fernando Macedo, o representante do Instituto do Coração (INCOR), Protásio da Luz, o conselheiro do CRMPR e 3º vice-presidente do CFM, Gerson Zafalon, o desembargador do Paraná, Miguel Kfouri e o advogado Sérgio Parra.

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