25/11/2010
Médicos falam em greve por reajuste
Angiologistas e cirurgiões vasculares dão prazo de 60 dias para negociação
A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) entra na guerra contra os planos de saúde e lança
hoje uma campanha para reivindicar melhor remuneração. Será dado prazo de 60 dias, a contar de 1.º de dezembro, para negociação.
Os médicos ameaçam entrar em greve caso um acordo não seja alcançado. Iniciativas similares foram realizadas por cardiologistas,
pediatras, anestesistas e ginecologistas.
O presidente da SBACV, Guilherme Pitta, explica que o objetivo da campanha é cobrar das operadoras de saúde a implantação
da 5.ª edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) - tabela da Associação Médica Brasileira
(AMB) que representa o parâmetro mínimo de remuneração médica.
Segundo Pitta, o valor médio pago por uma consulta no País é menor que R$ 40. Segundo a CBHPM, a consulta deveria valer,
no mínimo, R$ 52. "Agora nosso foco são os convênios. Depois pretendemos lutar também por melhor remuneração no Sistema Único
de Saúde", conta.
O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá, afirma que a entidade está acompanhando a mobilização
das entidades médicas contra as operadoras de saúde. "Os cirurgiões cardíacos e pediatras já fizeram movimento de âmbito nacional.
Anestesistas e ginecologistas, em São Paulo. Esse novo movimento nacional mostra que o problema é sério e que está se alastrando",
afirma.
Para Tibiriçá, assim como para José Luiz Gomes do Amaral, da AMB, é fundamental que a Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) passe a arbitrar a relação entre médicos e planos de saúde. A FenaSaúde, representante das operadoras, diz apoiar a
revisão da remuneração de modo a contemplar as necessidades dos agentes e incentivar o uso racional dos recursos.
Fonte: O Estado de São Paulo