11/11/2007
Médicos do Estado serão convocados para mobilização nacional contra a dengue
O Conselho Regional de Medicina do Paraná, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), está participando da ação
conjunta do Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina para mobilizar os médicos do país contra a dengue. O objetivo
é a disseminação das informações aos mais de 16 mil médicos do Estado para garantir assistência adequada aos pacientes e,
consequentemente, reduzir a mortalidade e a letalidade pelas formas graves da doença. Promovendo ações de organização dos
serviços e garantia de melhor qualidade do atendimento, pretende-se diminuir o risco de ocorrência de epidemias e o número
de casos com evolução para as formas graves da doença (dengue hemorrágica). O CRM-PR, preocupado com a disseminação da doença
no Estado, enviou em 2002 e no início de 2007 dois folders com informações necessárias para diagnosticar e tratar esta doença,
contribuindo na prevenção e ajudando a evitar que a dengue se espalhe. Nesta campanha, o CRM colaborará enviando nota técnica
da Sociedade Paranaense de Infectologia e da Sesa.
Os médicos de todo o Brasil estão sendo convocados para o esforço de evitar as mortes relacionadas à dengue hemorrágica,
a forma mais grave da dengue. Em uma ação conjunta, o Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Medicina estão enviando
300 mil cartas para profissionais médicos, alertando e convocando para essa mobilização nacional. Neste ano, a dengue já causou
121 mortes e contaminou mais de 480 mil pessoas.
"É inaceitável haver mortes relacionadas à dengue, quando há um sistema de saúde estruturado como o brasileiro", disse
o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. A estratégia tem o objetivo de orientar os médicos a diagnosticar a dengue no seu
estágio inicial. A devida atenção ao paciente reduz a praticamente zero a possibilidade de morte por dengue hemorrágica.
A medida será complementada com o envio de um CD que está sendo produzido também pela parceira entre Ministério da Saúde
e o Conselho Federal de Medicina. O material trará informações sobre os sintomas da doença, o diagnóstico e o que deve ser
feito pelo profissional. Além disso, estará disponível no site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br/svs) um guia atualizado
de diagnóstico e clínica médica.
Um dos pontos que favorecem o surgimento da dengue hemorrágica é a circulação em território nacional de três dos quatro
sorotipos existentes da dengue, o DEN1, DEN2 e DEN3. A dengue requer cuidado em todas as regiões, pois o mosquito transmissor,
o Aedes aegypti, tem demonstrado sua capacidade de adaptação, até em locais em que tradicionalmente não aparecia, com no Sul
e regiões serranas.
Os sintomas mais evidentes da doença são febre, dor no corpo e falta de apetite. Nesses casos, a população deve procurar
um médico, que será capaz de dar o tratamento adequado para cada caso. O índice de morte por febre hemorrágica tem sido de
10% no Brasil.
Campanha - A Campanha Nacional de Mobilização contra a dengue começou em outubro. Ela é diferenciada, pois antecede
o período das chuvas. Ou seja, dá tempo para um trabalho de prevenção, antecipando a época crítica da doença.
O tema deste ano é "Combater a dengue é um dever meu, seu e de todos. A dengue pode matar". A ação tem o objetivo de
estimular a população a eliminar os locais de água parada, onde o mosquito transmissor se multiplica.
A prevenção é a melhor forma de combater a doença. Esvaziar garrafas paradas, não estocar pneus em áreas descobertas,
não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d'água são algumas iniciativas
básicas.
A campanha nacional também adotou a regionalização como sua característica mais forte. As propagandas em rádio e televisão
veiculam informações de acordo com o clima de cada região, para ter um melhor aproveitamento deste esforço.
Também houve preocupação de que a população se identificasse com a campanha. Usou-se para isso o hip hop, o baião, o samba,
o sertanejo, o calypso e a guarânia nas localidade onde esses ritmos são mais fortes.
Na televisão, seis filmetes que mostram preocupações básicas, como a de não deixar água parada em pneus e cobrir bem as
caixas de água.
Outra ação em andamento é o LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti), que permite a identificação
dos bairros e áreas de maior risco em cada município. A ferramenta possibilita a adoção de medidas capazes de reduzir a infestação
do mosquito transmissor da doença.
Fonte: Ministério da Saúde