21/11/2010
Médicos apresentam reivindicações da Saúde para Dilma Rousseff
O país precisa de mais investimentos na saúde, de uma política de recursos humanos para os profissionais da área e de uma
agência nacional de saúde suplementar que cumpra de forma satisfatória seu papel de intermediadora entre as empresas, os médicos
e os usuários dos planos. Estas reivindicações foram apresentadas pelo presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto
Luiz d Avila, à presidente eleita Dilma Rousseff durante encontro realizado em 20 de novembro, em São Paulo.
Do almoço, organizado pelo cardiologista Roberto Khalil, participaram outras 28 lideranças médicas, que apresentaram para
Dilma suas expectativas para os próximos anos. "Deixamos claro que o Brasil não pode conviver com três tipos de Medicina:
a praticada no SUS, a proporcionada pelos planos de saúde e a exercida nos consultórios particulares. Queremos o fortalecimento
da assistência pública para evitar a desigualdade", pontuou o d Avila.
O presidente do CFM considerou a conversa com Dilma Rousseff muito produtiva. "Defendemos a proposta de criação de carreira
de Estado para o médico e apresentamos nosso ponto de vista sobre a volta da CPMF", acrescentou d Avila, para quem as entidades
médicas são contra o aumento da carga tributária e defendem a aprovação da regulamentação da Emenda Constitucional 29 como
forma de melhorar o financiamento do SUS.
"A presidente mostrou disposição ao diálogo", ressaltou Roberto d Avila. Para ele, este encontro - no momento em que se
desenha os rumos do novo governo - confirma o fortalecimento da categoria. "Isso é um avanço importante e o reconhecimento
das entidades médicas no espaço político", disse. O CFM encaminhará nos próximos dias relatório com suas posições ao gabinete
de transição, que deve ter como base o Manifesto dos Médicos à Nação, aprovado pelo XII Encontro Nacional das Entidades Médicas
(Enem), realizado em julho, em Brasília.
Segundo d Avila, a presidente eleita também se comprometeu com a indicação de um nome com "perfil técnico" para ocupar
o cargo de ministro da Saúde. "Ela afirmou que o escolhido não será um político, mas alguém que assuma a responsabilidade
de melhorar o Sistema Único de Saúde", finalizou.
Entre os presentes ao encontro estavam os médicos Drauzio Varella, Raul Cutait e Guilherme Almeida; o diretor-presidente
da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Maurício Ceschin; o presidente do Instituto do Coração de São Paulo (Incor-SP),
Noedir Stolf; o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral; a secretária de Direitos da Pessoa
com Deficiência de São Paulo, Linamara Batisttella; e o deputado federal Antonio Palocci (PT-SP), um dos coordenadores da
campanha de Dilma para a Presidência.
Fonte: CFM