29/11/2007
Médico pode atender de graça
Um encontro entre presidentes de associações médicas de 12 estados, realizado dia 29 de novembro em Curitiba, debateu,
entre outros temas, o atendimento voluntário dos médicos aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). "Estamos estudando
a possibilidade de um trabalho voluntário nos consultórios e associações médicas", diz José Luiz Gomes do Amaral, presidente
da Associação Médica Brasileira. "Orientamos nossa vida para nossa profissão e se não nos são dadas condições de exercê-la,
vamos passar a atender os pacientes por uma necessidade própria e obrigação humanitária", afirma.
A categoria ainda estuda de que forma fará o atendimento voluntário. A decisão é baseada na falta de recursos e estrutura
dos hospitais públicos e no valor da tabela do SUS. Um médico não-especialista recebe R$ 7 por uma consulta. E para uma consulta
de especialidade, como neurologia, por exemplo, o profissional recebe R$ 10. "Vamos esclarecer à população sobre o que está
acontecendo. Vamos mostrar como está a situação da saúde pública no Brasil", esclarece Amaral.
O presidente da associação vê com descrédito iniciativas do governo federal como o Plano de Aceleração do Crescimento
da Saúde. "Tivemos somente alguns dados pontuais que não nos permitem dar opinião nem contribuir para o aprimoramento do projeto."
Quanto ao discurso do governo de que as melhorias da saúde dependem da aprovação da continuidade da Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira (CPMF), Amaral ecoa a opinião da classe médica. "Não temos a ilusão de que a saúde vai melhorar
com a prorrogação da CPMF. Se fosse assim, o setor não estaria nesta situação. Estão usando a saúde como chantagem e instrumento
de barganha. Fomos logrados", diz.
Fonte: Gazeta do Povo