25/05/2015

Medicina perde o Prof. João Gualberto Scheffer

Ele foi professor da Federal, Católica e Evangélica, sendo desta um dos fundadores

O Medicina paranaense perdeu mais um de seus ilustres expoentes. O Prof. Dr. João Gualberto de Sá Scheffer (CRM 1263) faleceu no último sábado, em Curitiba, prestes a poucos dias de completar 86 anos de idade. Natural de Curitiba, onde nasceu em 6 de junho de 1929, formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Paraná em dezembro de 1953 (turma Prof. Atlântido Borba Cortes). Foi professor nos cursos de Medicina da própria UFPR, Católica e ainda Evangélica, da qual foi um dos fundadores.

Membro emérito da Academia Paranaense de Medicina, que chegou a presidir, o Prof. João Gualberto foi autor do livro “A memória médica do Paraná”. Em 2003 ele recebeu o Diploma de Mérito Ético-Profissional do CRM-PR, ao completar 50 anos de conduta exemplar na atividade. O seu vasto currículo inclui ainda a participação na fundação da regional do Paraná da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia, no final da década de 50. Era neto do coronel João Gualberto, herói do Estado e Patrono da Polícia Militar.

No segundo semestre de 2003, dias antes de ser homenageado pelo Conselho com o Diploma de Mérito, o Prof. João Gualberto concedeu uma longa entrevista, que ilustrou a edição nº 59 do Jornal do CRM-PR. Na ocasião ele mostrou uma de suas grandes paixões: as orquídeas. O seu “jardim botânico” embelezava a sua ex-residência e então consultório, no bairro Batel, que dividia com o filho, o também médico Carlos Alberto Scheffer. Entre as paixões também estavam a de praticar a Medicina e a de ensinar.

Sempre convidado a palestrar para estudantes ou recém-formados, gostava de abordar temas como a arte de ensinar, humanismo, ética e moral ou ainda o que é ser médico. “O médico é um placebo para a cura do doente e os jovens médicos têm que ter essa noção de Medicina”, ensinava. Era um crítico da abertura indiscriminada de escolas médicas e do uso exagerado da tecnologia. “Não se deve desprezar a anamnese, o exame físico, o ouvir o doente, o olhar nos olhos”, ensinava.

Torcedor do Coritiba, ele contava com orgulho que a área onde está abrigado hoje o Estádio Couto Pereira, no Alto da Glória, foi vendida ao clube de futebol por seu avô, em 1928. E foi o avô quem o fez despertar para o cuidado com as plantas e a natureza. “A natureza é vida e eu gostava das coisas da vida”, dizia.

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