10/10/2019
Medicina enlutada: gineco-obstetra Frank Ogatta faleceu em Londrina, aos 90 anos
Formado em 1955, tinha recebido as duas principais honrarias concedidas pelo CRM por sua trajetória ética e humanitária; em 2018 tinha sido condecorado pelo governo japonês
O Conselho Regional de Medicina do Paraná registra com pesar o falecimento do ginecologista e obstetra Frank Ogatta (CRM-PR 934), ocorrido na manhã desta quinta-feira (10) em Londrina, onde residia e concentrou toda a sua carreira profissional. Ele tinha completado 90 anos em julho último e, de acordo com familiares, teve a saúde debilitada nos últimos meses e faleceu em casa. O corpo foi velado a partir das 14h na capela 1 da Acesf, com sepultamento às 17h no Cemitério São Pedro, região central da cidade.
Em 2005, ao lado do filho médico, quando recebeu o Diploma de Mérito
Ético. (Foto: CRM-PR)O médico deixa viúva a Sra. Toshiko Ogatta, quatro filhos ‑ Evaldo Ogatta (médico), Evelin Massae Ogatta Muraguchi (médica), Evelise Ogatta Yadomi (fisioterapeuta) e Evenilde Ogatta (professora) – e 11 netos. As condolências da classe médica aos familiares e amigos. O presidente do Conselho, Roberto Yosida, lamentou a perda e reiterou o exemplo enquanto pai de família, profissional da medicina e propagador de ações humanitárias e culturais. “Um cidadão exemplar, legítimo expoente dos princípios hipocráticos”, resumiu.
“Ele deixou um grande legado. Exerceu a Medicina desde um tempo em que tudo era muito precário e ajudou muita gente através do seu trabalho. Sempre esteve muito presente na comunidade japonesa. Foi presidente da Acel (Asssociação Cultural e Esportiva de Londrina), participou por mais de 20 anos da Aliança Cultural Brasil-Japão e atuou como voluntário em uma associação de idosos na Vila Brasil. Sempre foi muito ligado à família e deixou um grande exemplo para todos nós!, manifestou o genro Silvio Muraguchi.
O cônsul-geral do Japão para os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Hajime Kimura, também lamentou a morte do Dr. Frank Ogata. "Ele trabalhou como médico e ajudou a comunidade japonesa e os não descendentes também. Antes havia o programa de assistência médica para a colônia japonesa organizado pela Agência Jica, do Japão. Na época, médicos, enfermeiros e assistentes formaram equipes e visitaram comunidades. Ele dirigiu essa equipe, sacrificou finais de semana para visitar as cidades. Visitou 35 municípios com comunidade japonesa e outras 346 cidades", ressaltou.
Em 2011, ao lado do então presidente do
Conselho, Carlos Roberto Goytacaz Rocha, quando recebeu a Medalha de Lucas. (Foto: CRM-PR)Natural de Paraguaçu Paulista (SP) e descendente de imigrantes japoneses, o Dr. Frank formou-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em dezembro de 1955, tendo se radicado em Londrina em 1962. Em recebeu as principais condecorações conferidas a médicos pelo CRM-PR: primeiro o Diploma de Mérito Ético-Profissional, em 2005, ao completar 50 anos de formado com histórico exemplar, e depois a Medalha de Lucas – Tributo ao Mérito Médico, em reconhecimento ao seu trabalho médico-social, que incluiu a coordenação, por 17 anos, de trabalho itinerante de atenção à saúde de idosos da colônia japonesa.
Por esse trabalho ele também tinha sido homenageado pelo Conselho de Medicina em 2008, recebendo menção honrosa em meio às comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Paraná. No começo do ano passado, ele foi condecorado pelo governo japonês, recebendo “Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro e Prata”, honraria de grau máximo em função de sua atuação voluntária como médico, em projeto que envolveu dezenas de viagens pelo interior do Paraná.
Um pouco mais sobre a trajetória do ilustre médico acessando os links:
http://familiasimigrantesjaponesaspr.blogspot.com/2009/03/ogatta-frank.html