18/04/2006

Medicina alternativa

De tempo em tempo uma região é visitada por vendedores de colchões magnéticos, aparelhos de massagens, imantadores de água e iridologistas. Essas práticas classificadas como medicina alternativa não têm comprovação científica e curam tanto quanto três pulinhos para cima atrás da porta. Só existe um tipo de medicina, a clássica, baseada em pesquisas, testada mundialmente e praticada por profissionais que cursaram mais de seis anos a faculdade de Medicina. Essa profissão segue um Código de Ética e é fiscalizado com rigor pelo Conselho Regional de Medicina, subordinado ao Conselho Federal de Medicina (CFM) e Ministério do Trabalho.

A medicina alternativa pode ser praticada por qualquer pessoa, menos por médico. Uma resolução do CFM - 1499/98 - ''proíbe os médicos de praticarem qualquer forma de terapia não reconhecida pela comunidade científica''. O iridologista consegue paciente através de um agenciador local, geralmente pessoa de crédito. Ele usa uma câmera filmadora que projeta a imagem da íris (a parte colorida do olho) do paciente numa televisão. Relacionando cada parte da íris com um órgão do corpo ele vai diagnosticando, sem base científica. No final, vende medicamentos ditos naturais, que curam tanto como um bom prato de arroz e feijão, pois são extraídos de plantas comestíveis. O óleo de gérmen de trigo, que ele comercializa pelo dobro do preço de mercado, tem descrito no seu rótulo que serve para esterilidade. É uma forma simplória para tratar algo complexo como a dificuldade para engravidar. O preço da consulta é R$ 50,00 e somado ao gasto com ''remédio'' o custo chega a R$ 180,00.

Outra medicina alternativa é a terapia holística. A palavra ''holos'', do grego, significa totalidade. O holista vê o corpo como um todo (físico, espírito, ambiente, profissão, etc.) e usa tratamentos não-convencionais: aromaterapia (óleos perfumados), cristaloterapia (pedras para amplificar a energia), cromoterapia (cores das roupas e ambiente), florais de Bach (essências de flores silvestres diluídas em água mineral, conhaque e tomadas em gotas), massoterapia (massagens em pontos determinados), etc. Essa terapia não tem efeito colateral, porém não existe prova científica que funcione.

Esses profissionais apresentam no seu currículo cursos de medicina alternativa. A esse respeito o CFM se pronunciou a pedido do Ministério Público (consulta 0015/2000): ''Cursos de medicina alternativa não existem e pessoas que se dizem formadas nesses cursos não exercem a Medicina. Elas se enquadram na categoria de curandeiros''. A legislação brasileira, lei 003.688-41, no seu artigo 47 diz: ''Exercer uma profissão sem preencher as condições para tal é condenável e sujeito a 30 dias de prisão mais multa''. Os curandeiros devem ser denunciados na vigilância sanitária de cada município.

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