05/05/2016

Medicamentos lideram ranking de intoxicações no Paraná

Campanha lançada nesta quinta-feira (5) faz parte das atividades do Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos

Historicamente, os medicamentos são os principais responsáveis por intoxicações no Estado. Somente no ano passado, 4.461 casos foram registrados no Paraná, muito à frente do número de intoxicações causadas por drogas de abuso (846), produtos de uso domiciliar (641) e cosméticos (63).

Isso significa que, a cada duas horas, pelo menos um paranaense é vítima de intoxicação por medicamento. E o problema vem crescendo nos últimos anos. Em comparação com 2011, o número de casos de 2015 foi 12% maior.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, o dado é preocupante, sobretudo porque este tipo de intoxicação pode levar à morte. ”O momento é de conscientizar a população e alertar sobre a importância do uso racional dos medicamentos”, disse o secretário, durante o lançamento de uma campanha educativa sobre o tema, em Curitiba.

Para ele, trata-se de um problema grave que deve ser enfrentado através da informação. “As pessoas precisam saber que o hábito de se automedicar é extremamente perigoso. Além de trazer riscos para a saúde, ao invés de se tratar, o indivíduo pode estar apenas mascarando doenças mais graves”, complementou.

Acesso à informação

clique para ampliar>clique para ampliarMobilização na Rui Barbosa para conscientizar a população. (Foto: Venilton Küchler)

A campanha lançada nesta quinta-feira (5) faz parte das atividades do Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Na quarta (4), profissionais de saúde estiveram no centro de Curitiba para esclarecer a população sobre os perigos da automedicação e do uso inadequado de remédios.

A ação aconteceu na praça Rui Barbosa e contou com a presença de técnicos da Vigilância Sanitária Estadual, do Conselho Regional de Farmácia (CRF-PR), e acadêmicos de farmácia de universidades da capital.

Ao longo de todo o dia, mais de 800 pessoas passaram pela tenda montada no local e receberam orientações básicas para prevenir intoxicações por medicamentos. As equipes de saúde também ofertaram exames básicos, como teste de glicemia e aferição de pressão.

A aposentada Luzia Medeiros, aprovou a iniciativa e disse que sempre teve muitas dúvidas sobre como armazenar e utilizar medicamentos. “Depois que a gente se cura, geralmente esquece o remédio na prateleira. Nem sempre vemos a validade depois, quando ficamos doentes de novo”, revelou.

clique para ampliar>clique para ampliarA população foi atendida e recebeu orientações. (Foto: Venilton Küchler)

De acordo com o chefe do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana, a validade é apenas um dos itens que devem ser verificados antes de tomar algum medicamento. “A pessoa tem que estar bem esclarecida sobre a dose, o horário e a frequência que deverá tomar o remédio. Por isso, é essencial que o paciente tenha uma conversa prévia com o médico e também consulte um farmacêutico”, afirmou.

Carteirinha

Para ajudar o cidadão no controle dos medicamentos em uso, a Secretaria da Saúde criou uma carteirinha com informações úteis para o paciente e seu médico. O documento, que será distribuído na rede pública e na rede privada, traz o perfil do indivíduo, registra os medicamentos que devem ser administrados, a periodicidade e o nome do médico ou cirurgião dentista prescritor.

A chefe da Divisão de Vigilância Sanitária de Produtos, Érika Feller, explica que a carteirinha é ideal para aquelas pessoas que tomam muitos medicamentos. “Ela é um instrumento de consulta, que indica a hora e a dose que cada medicamento deve ser administrado”, comenta.

A apresentação da carteirinha durante as consultas também vai auxiliar o médico na definição do tratamento adequado para o paciente. “Existem medicamentos que cortam o efeito de alguns princípios ativos. Isso indica a necessidade do médico saber exatamente quais medicamentos o paciente está tomando naquele momento. Desta forma, pode-se evitar que um tratamento prejudique o outro”, explicou Érika.

Para o presidente do CRM-PR, Luiz Ernesto Pujol, com a carteirinha, os pacientes e seus familiares terão pleno conhecimento de seu tratamento medicamentoso e os profissionais que no futuro venham atendê-los disponibilizarão de mais segurança em manter ou modificar a medicação a ser prescrita.

Simpósio

clique para ampliar>clique para ampliarO presidente do CRM-PR, Luiz Ernesto Pujol, participou do Simpósio. (Foto: Venilton Küchler)

Para amenizar o problema das intoxicações por medicamentos, o Governo do Estado também está reforçando o trabalho de sensibilização dos profissionais de saúde. Nesta quinta, a Secretaria da Saúde realizou o I Simpósio Estadual sobre o Uso Racional dos Medicamentos, reunindo mais de 700 pessoas em Curitiba. O presidente do CRM-PR, Luiz Ernesto Pujol, participou do evento, representando a instituição e também levando a preocupação da classe médica com o tema.

A programação foi planejada para promover o diálogo entre os diversos protagonistas na linha de cuidado dos pacientes. Diante disso, farmacêuticos, enfermeiros, médicos, dentistas, nutricionistas e demais profissionais puderam discutir de que forma podem atuar no incentivo ao uso racional de medicamentos. Na programação do simpósio, dentre os palestrantes, participaram duas conselheiras do CRM-PR, a Dra. Cecília Vasconcelos e a Dra. Viviane Dias.

Fonte: Sesa com informações do CRM-PR

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