Lei 14.552 foi sancionada no último dia 20 e entrou em vigor nesta segunda-feira, 24, com a publicação no DOU. No ano 2.000
ela foi homenageada pelo CRM-PR com a Medalha de Lucas, por sua contribuição às causas sociais e humanitárias
Entrou em vigor nesta segunda-feira, 24 de abril, a
Lei 14.552, sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia 20.
A norma teve origem no projeto de lei (PL) 1.937/2019, de autoria da ex-deputada Tereza Nelma, aprovado no Senado em março
de 2023, e coloca o nome de Zilda Arns no livro de Heróis e Heroínas da Pátria.
A médica nasceu em Forquilhinha, Santa Catarina,
no dia 25 de agosto de 1934, filha de Gabriel Arns e Helena Steinar Arns e irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo
emérito de São Paulo. A pediatra e sanitarista, formada pela Universidade Federal do Paraná, mudou o
retrato da desnutrição infantil no Brasil, praticamente reinventando o trabalho voluntário no Brasil.
Ao longo de 25 anos, Zilda Arns expandiu o alcance da
iniciativa para 72% do território nacional, além de 20 países na América Latina, Ásia e
África. Participou de eventos, fez palestras, acompanhou comitivas da pastoral, um trabalho que mudou o destino de
milhões de crianças.
Em janeiro de 2010, Zilda Arns viajou ao Haiti em missão
de paz, onde faria uma palestra sobre seu trabalho na Pastoral para um grupo de religiosos haitianos. Faleceu sob os escombros
do prédio onde estava, após um forte terremoto. Ela já foi indicada três vezes ao prêmio
Nobel da Paz e a família quer torná-la santa desde 2015, o processo está em andamento.
"Inscrever Zilda Arns no Livro dos Heróis e Heroínas
da Pátria tem imenso valor simbólico, pois representa o reconhecimento oficial da sua nobre existência
e da relevância de seu papel histórico", concluiu a ex-deputada Tereza Nelma na justificativa do projeto.
O senador Flávio Arns (PSB-PR), que é sobrinho de Zilda, defendeu a aprovação da
homenagem. Disse que ela "de fato, fez um extraordinário trabalho. A Pastoral da Criança, que foi criada há
40 anos, acompanhou mais de um milhão de crianças em bolsões de pobreza durante muitos anos. Isso significa
30, 40, 50 milhões de crianças que hoje são adultos, e tantos outros, que passaram pela pastoral, pelos
cuidados de soro caseiro, pesagem, orientação das mães, coisas simples, ao alcance da população".
Medalha de Lucas
No ano 2.000 a médica foi homenageada pelo Conselho
Regional de Medicina do Paraná com a Medalha de Lucas, a mais alta honraria oferecida pela instituição,
que enaltece os médicos que tenham relevante e destacada contribuição às causas sociais e humanitárias.
A entrega da comenda ocorreu em meio aos festejos do Dia do Médico. (Conheça todos os ganhadores da Medalha
de Lucas do CRM-PR aqui.)
Heróis e Heroínas da Pátria
O livro fica no Panteão da Pátria
e da Liberdade Tancredo Neves, na praça dos Três Poderes em Brasília. Ele homenageia pessoas que se destacaram
na história do Brasil, especialmente em relação à democracia e liberdade, e é considerado
peça importante para a preservação da memória nacional. Alguns dos nomes inscritos são
Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Chico Mendes, Machado de Assis e Heitor Villa-Lobos. Para fazer parte da coletânea,
é preciso que o projeto de lei com o pedido de inclusão seja aprovado pelo Senado e a Câmara dos Deputados.
O nome só pode ser inserido ao menos 10 anos após a morte do homenageado.
Fonte: Agência Senado com informações
do UOL e CRM-PR