30/08/2017

Médica paranaense representa o Brasil no Desafio Mundial de Resgate 2017

Michele Grippa e o enfermeiro Luis Gaudêncio, do Siate de Curitiba, tinham sido os vencedores do certame nacional; desafio internacional ocorre esta semana na Romênia

Socorristas de diversos países estão reunidos na Romênia, desde esta quarta-feira, 30, para disputarem o Desafio Mundial de Resgate 2017. A competição se estende até o dia 3 de setembro. Representando o Brasil estão a médica Michele Mamprim Grippa (CRM-PR 21.828) e o enfermeiro Luís Marcelo Gaudêncio, ambos servidores do SIATE Curitiba e que ficaram com o primeiro lugar geral no Desafio Nacional do Trauma, competição que contou com mais de 40 equipes de todo o país.

A etapa nacional da competição foi realizada através de uma parceria entre Associação Brasileira de Resgate e Salvamento (ABRAES) e a Secretaria de Estado da Saúde. Membro da delegação brasileira, Luis Gaudêncio também é servidor do estado e teve sua participação no Mundial da Romênia custeada pela Saúde.

“Incentivar eventos como este é uma das estratégias do Estado para que haja uma melhoria constante na qualidade do serviço oferecido pelos profissionais que atuam na urgência”, salientou o diretor do Paraná Urgência, Vinicius Filipak.

clique para ampliar>clique para ampliarLuis Marcelo e a médica Michele, representantes do Brasil no desafio mundial. (Foto: Venilton Küchler/SESA)

Na etapa nacional as equipes disputaram provas em duas modalidades: standard e complexa. Na primeira, faziam a simulação de atendimento a apenas uma vítima de acidente e, na segunda, com um cenário mais complexo, a mais de duas vítimas.
No Desafio Mundial do ano passado, que foi realizado na capital paranaense, o Brasil acabou ficando na 9º colocação, o melhor resultado até então do país na competição.

Os paranaenses

A Dra. Michele Grippa Cavassim é natural de Maringá (PR) e tem 38 anos. Formada em janeiro de 2005 pela PUCPR, ela é especialista em cirurgia geral e em cirurgia plástica. Com atuação em vários serviços médico-hospitalares de Curitiba, a médica conta que viu despertar o interesse por fazer parte da equipe de emergência só depois de formada. “Enquanto eu fazia a residência de cirurgia geral, via os médicos do SIATE chegando no hospital e pensava: ‘um dia vou fazer isso’. Comecei a correr atrás deste sonho e, em 2010, virei médica socorrista”, ressaltou.

Michele ressalta que as simulações propostas pela competição estimulam o crescimento do atendimento pré-hospitalar e, representar o Brasil na etapa internacional, demonstra que a sociedade já valorizar o papel destes profissionais.

“No Desafio temos situações de atendimento a vítimas por colisão, de armas de fogo, pessoas que sofreram agressões, mordeduras de cães e demais situações que podemos enfrentar no dia a dia. O resultado disso é um nivelamento para cima da qualidade do atendimento e do próprio profissional, o que pode fazer toda a diferença ao salvar uma vida”, esclareceu a médica.

O outro membro da delegação brasileira é o enfermeiro Luís Marcelo Gaudêncio, que no auge de seus 35 anos se sente realizado profissionalmente por atuar como emergencista.
“Eu venho de uma família militar, então este ambiente todo sempre me chamou a atenção. Desde o primeiro ano de faculdade a área de emergência exerceu uma atração maior do que as outras. Em 2004 me formei e um ano depois já comecei a atuar na área”, disse Gaudêncio.

O enfermeiro destaca que por mais que haja diversos percalços no dia a dia da profissão, sente-se revigorado ao saber que contribuiu para salvar uma vida.

“Atuar com emergência às vezes é complicado, mas, ao mesmo tempo, é recompensante. Para que o atendimento seja bem feito precisamos ser extremamente técnicos e não nos envolvermos com o paciente. Mas quando você vê que de alguma forma deu um alento ao sofrimento de alguém, a sensação é indescritível”, afirmou.

Luís Marcelo estava na delegação brasileira que disputou a etapa mundial do ano passado e conta que o desafio tem ajudado muito no desempenho de suas funções.

“As competições de resgate ainda são algo novo no país, que começaram graças à Associação Brasileira de Resgate e Salvamento. Ano passado já havíamos participado e ficamos entre os 10 melhores. Mas, muito mais importante do que a competição é o aprendizado e a melhoria na qualidade do atendimento que cada profissional conquista”, salientou Gaudêncio.

Projeto pioneiro no Brasil

O projeto do SIATE (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência) teve início em 1989 e com base em uma experiência dos Estados Unidos. No ano seguinte foi implementado or meio de uma parceria entre as Secretarias de Estado de Segurança Pública (Corpo de Bombeiros) e de Saúde a Prefeitura Municipal de Curitiba, sendo o primeiro sistema do gênero implantado no Brasil, servindo como referência para os demais Estados da Federação. A realização do projeto teve como um dos principais mentores o médico e professor Luiz Carlos Sobânia, especialista em traumatologia e ortopedia e que já foi presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná e representante do Estado no Conselho Federal de Medicina.

Fonte: SESA/PR, com informações do CRM-PR.

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