25/09/2023
Colunas de música, cinema, arte e culinária fazem parte do conjunto de atrativos. A trajetótia de Paul McCartney fecha a tetralogia dos Beatles. Há ainda uma série especial com artigos do editor-fundador, na reverência à sua memória
A edição n° 42 da
revista Iátrico já está circulando desde o final e setembro em sua versão digital.
A publicação cultural do CRM-PR traz em destaque o tema “Maturidade” e o “bem viver e compartilhar”.
O conjunto de artigos e seções aborda, sob diferentes olhares e de interpretações artísticas,
a evolução do ser humano ao conjugar experiência, conhecimento e sabedoria, num processo que exige o entendimento
de troca da vitalidade do corpo pelo enriquecimento da mente. A temática propõe uma reflexão sobre bem-estar,
vida com qualidade e objetivos, em especial quando a personagem é a figura do profissional de Medicina, sinalizador
de condutas que remetem à boa saúde.
ACESSE O PDF DA REVISTA IÁTRICO 42.
A imagem de capa da edição
traz uma ampulheta, que nas artes é muito utilizada para simbolizar a transitoriedade da vida. Medida de tempo a sugerir
o balanço entre o começar e o suprir, também no sentido do conhecimento. Como referido no editorial de
abertura, “a chamada experiência de vida é necessariamente limitada. O que vivemos e com quem vivemos é
um círculo restrito e que só pode ser expandido com o que qualificamos sabedoria da vida. Ou seja, a experiência
da vida, ao lado da ciência, da filosofia, da arte, da religião e dos mitos, constitui uma das formas de o homem
saber a que se ater no mundo”. É preciso buscar novos horizontes para legitimar o entendimento em mim e para
mim: “Um homem pode possuir muito saber e nenhuma sabedoria; ao contrário, pode revelar insuspeita sabedoria
com escasso saber.”
Nas artes, o nosso articulista da editoria,
o Prof. Valderílio Feijó Azevedo nos brinda com a história da “Vovó Moses”, ou Gramdma
Moses, que foi a pintora mais popular dos Estados Unidos. Ela se iniciou nas artes já na terceira idade, como uma fonte
de energia para enfrentar o quadro de artrite rematoide que a acometeu. Ao contrário de outros artistas folclóricos
de seu tempo, a “Vovó Moses” tornou-se famosa provavelmente devido à sua figura idosa, sua ternura,
elevada moral e personalidade forte, características que misturam uma boa formação sociofamiliar e humanística
aliada à grande experiencia de vida obtida com a senescência.
Na música, o Prof. Paulo Marquetti
fecha a tetratologia sobre os Beatles com a apresentação de Sir Paul McCartney, a quem titula como “a
maturidade na sua plenitude”. Aos 81 anos, um dos mais afamados, premiados e cultuados artistas musicais da história
prepara-se para o retorno ao Brasil, no final do ano, para apresentar o seu show Got Back. Um belo e rico artigo que
vem em complemento à coluna “Guia de Bordo”, onde o Prof. Marquetti reúne a trilha sonora
da edição, com coletânea de músicas associadas à temática da edição
(disponível no canaçl Spotfy). A página “Letras Mínimas” fecha o capítulo.
Na série "Escurinho do Cinema",
o Prof. Isaias Dichi nos contempla com uma belíssima seleção, extraída entre premiadas produções.
Médico e cinéfilo, ele inaugura a coluna com a apresentação do filme Baleia, que recebeu
dois Oscars. Sua análise exibe três tópicos: porque ver, diretor e atores e não perca de vista.
Completam o rol de indicações as obras cinematográficas Babilônia, Os Fabelmans,
Ela Disse, Os Banshees de Inisherin, Não Deixe de Lembrar se juntam aos cult Taxi Drive,
Drive e Baby Drive.
Na coluna “Receitas de Doutor”,
o articulista Dr. José Clemente Linhares nos provoca com as “Roscas da Amizade”, ou melhor, a rosca de
coalhada. Quem lhe passou a receita foi Yasmin Coral Rodrigues Martorano, prima de médicos com os quais a visitou na
região de São Joaquim, em Santa Catarina. A iguaria está presente na maioria das casas daquela região
serrana, também conhecida como a capital nacional da maça. O título remete à cordialidade daquela
gente, que merece ser praticada em nossos círculos de convivência.
Espaço especial da revista reúne
alguns artigos presentes nos ensaios preliminares da publicação, que vêm em homenagem ao editor-fundador,
o Dr. João Manuel Cardoso Martins. Uma forma de reverenciar sua memória, na passagem do 9° ano de seu falecimento.
“Em busca do tempo perdido”, “Um nada que faz a diferença”, “Baile da vida, teatro da
vida”, “Profissão de fé” e “Chamamento” são obras de leitura obrigatória
como inspiração de aprendizado. Quando escreveu “Em busca do Tempo perdido”, o autor disse apropriar-se
do título de uma obra de Marcel Proust, inserida entre as maiores da literatura universal. Proust faleceu em 18 de
novembro de 1922; João Manuel em 18 de novembro de 2014. Dois mestres.
Na reportagem especial de “Memória”,
um pouco da história do multifacetário Dr. Dr. Josué Apolônio de Castro, na passagem do centenário
de sua morte. O médico, cientista, geógrafo, diplomata, escritor, poeta, cronista, político e ativista
faleceu em 24 de setembro de 1973, a pouco meses de completar o período de exílio de 10 anos que lhe foi imposto
pelo regime militar. Em sua luta de combate à fome, à pobreza e à exclusão social, tornou-se celebridade
internacional e foi indicado uma vez ao Nobel de Medicina e duas ao Nobel da Paz. Exemplo indiscutível da conquista
da maturidade.
Na coluna “Mãos Dadas”,
a reumatologista Laura Moeller traça um paralelo do aprendizado conquistado desde os primeiros passos na profissão,
a partir do uso das mãos. Um relato poético “dos muitos caminhos que nos tornam médicos, que revalidam
nossos votos e nos propulsionam na caminhada”. Expõe a experiência da compressão como bomba no peito
de um anônimo em apuros e o significado dessa passagem na superação de medos.
Abordando a temática da edição,
temos ainda os artigos dos Professores Sérgio Hatschbach, Maria Ofélia Fatuch, Cecília Neves de Vasconcelos,
Katia Sheylla Purim, Eduardo Novak e Luiz Sá, que se somam a outros craques que aliam a escrita e a medicina: o geriatra
Carlos Sperandio Junior, do nosso corpo editorial; a Dra. Vera Lúcia de Oliveira e Silva, também editora da
coluna Cadernos de Viagem (não presente na edição); a Dra. Jaqueline Doring, presidente da Sobrames
Paraná; e ainda o médico e escritor Cezar Zillig.
Fechando a edição, apresentamos
o tradicional decálogo, com o título “A Vida Boa”. Desta feita, a inspiração foi centrada
no filósofo francês Luc Ferry, autor do best seller “Aprender a viver: filosofia para novos tempos”.
Nas ilustrações especiais temos obras da artista Inge Löök, artista gráfica finlandesa que,
desde meados dos anos 1970, intercala seus trabalhos artísticos com a jardinagem, encontrando no equilíbrio
de ambos criativas criações.