27/09/2017
Evento nesta quarta (27), no Parque Barigui, reverenciou pessoas pelo gesto nobre de ajudar a salvar vidas
O Governo do Estado aproveitou o Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro,
para homenagear os principais responsáveis pelos transplantes: a família dos doadores. O evento ocorreu nesta
quarta-feira (27) no parque Barigui, em Curitiba, e reuniu mais de 100 famílias que aceitaram doar os órgãos
de um ente querido.
“Nada mais justo do que aproveitar esta data para prestar homenagens aos doadores por meio de
suas famílias, que um dia tomaram uma decisão que fez toda a diferença para resgatar uma ou mais vidas
de pessoas que estavam na fila de espera por um órgão. Este é só um pequeno gesto para demonstrar
nosso agradecimento”, destaca a diretora da Central Estadual de Transplantes, Arlene Badoch.
As famílias receberam um certificado de agradecimento pelo ato de amor e solidariedade entregues por médicos de diversos centros transplantadores de Curitiba e região. O cirurgião-transplantador, Fábio Silveira, participou das homenagens. Ele realiza transplantes de rim, fígado e pâncreas no Hospital do Rocio, em Campo Largo.
De acordo com Silveira, um transplante bem-sucedido possibilita que um paciente terminal com uma expectativa de vida curta
retorne à sua família e às suas atividades normalmente. “Funcionamos em uma grande rede que é
o Sistema Estadual de Transplantes, não podemos fazer nada sozinhos. Nessa causa, o ato de amor dessas famílias
é essencial”, comenta.
A enfermeira da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos
e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital do Rocio, Adrieli Patriarca, trabalha há cinco anos na área,
mas há três viveu a situação na família. “Perdi meu primo, Adinan, vítima de
violência, e vivi isso pelo outro lado. Quando ele faleceu a gente já sabia exatamente o que fazer: aceitar a
doação”, conta.
A família de Adinan, que vive em Santana do Itararé, na região norte do Paraná, foi uma das
homenageadas no evento. “Já tínhamos falado disso na família várias vezes e sabíamos
que era uma vontade dele. Hoje nos consola e diminui a nossa dor saber que um pedacinho do meu irmão está ajudando
alguém a viver”, fala a irmã da vítima, Fabiane Oliveira, que foi receber o certificado.
FALE SOBRE ISSO
A doação de órgãos e tecidos só ocorre com a autorização das famílias, por isso o Governo do Estado é responsável pela campanha ‘Fale sobre isso’. O objetivo é estimular que o assunto seja abordado e que as pessoas deixem claro para suas famílias o desejo de se tornar um doador.
A diretora da Central destaca que para ser um doador de órgãos não é necessário deixar
nenhum documento ou registro. “É importante deixar claro que não se deixa nada por escrito, não
é possível documentar o desejo de doar os órgãos. Quem decide é apenas a família,
portanto são eles quem devem saber da vontade de seus entes queridos”, detalha.
AVANÇOS
O Governo do Estado investe fortemente na área de doação e transplantes de órgãos. Dados
da Associação Brasileira de Transplantes mostram que o Paraná é o segundo estado do país
no ranking de doação de órgãos. Em 2010, ocupava a 10ª posição.
O número
de transplantes também aumentou mais de 300% no período, passando de 169 procedimentos (2010) para 718 (2016).
Do início deste ano até agosto já foram realizados 334 doações e 542 transplantes no Estado.
Atualmente, a lista de espera por um órgão no Paraná é de 1,6 mil cadastrados, enquanto este número
passava de 3,3 mil em 2010.