30/04/2008
MEC vai começar supervisão em cursos de medicina com nota baixa no Enade
Brasília - O Ministério da Educação (MEC) vai começar a supervisão dos cursos de medicina que tiveram notas inferiores a 3
no Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade).
Dos 175 cursos de medicina existentes no Brasil, 103 foram avaliados e 17 ficaram com os conceitos 1 ou 2, o que implica
na supervisão. Desses, quatro são de universidades federais. As instituições terão que apresentar um diagnóstico para o ministério
demonstrando quais são os problemas da faculdade e como eles serão sanados. Esse diagnóstico deve incluir o quadro de professores,
o projeto pedagógico da instituição, o número de vagas que são oferecidas nos processos seletivos e a integração do curso
com os sistemas de saúde locais.
A iniciativa segue os mesmos parâmetros das medidas tomadas, anteriormente, com os cursos de direito e pedagogia e deve
ser estendida a todos os outros cursos superiores com notas baixas no exame. "Nós escolhemos esses três para começar a supervisão
porque os profissionais dessas áreas atuam na administração da Justiça, nas escolas públicas e na saúde pública", explicou
o ministro Fernando Haddad.
O MEC também pode fazer visitas in loco para propor mudanças às instituições. O ministro evitou falar em fechamento de
cursos, mas essa é uma das sanções que a faculdade pode sofrer se nenhuma das alternativas apresentar resultado.
A falta de residência médica em cerca de 40% das faculdades de medicina já foi apontada pela Associação Médica Brasileira
(AMB) como um dos principais problemas dos cursos atualmente. Haddad disse que a residência médica poderá se tornar obrigatória
se o ministério analisar que essa é uma necessidade.
"Se nós entendermos que é desejável ampliar as vagas em residência para melhorar as condições do ensino médico isso pode
ser cogitado. Mas é importante lembrar que o Enade é aplicado a alunos ingressantes e concluintes. Portanto, uma parte deles
não chegou à fase de residência ainda e mesmo assim as notas foram muito baixas."
Fonte: Agência Brasil