01/03/2013
Lideranças médicas definem pauta de reivindicações para 2013 em encontro na APM
Representantes de entidades médicas reuniram-se em encontro nacional para definição da agenda 2013. O presidente do CRM-PR,
Alexandre Gustavo Bley, participou do encontro.
Proposta conjunta de contratualização com data-base, reajuste de consultas e procedimentos com recomposição das perdas
acumuladas, manutenção da CBHPM como referência no processo de hierarquização e fim das interferências na relação médico-paciente
foram algumas das pautas discutidas no primeiro encontro nacional sobre saúde suplementar, neste dia 1º de março, na sede
da Associação Paulista de Medicina (APM).
Durante a mesa formada na abertura do evento ¿ com Márcio Bichara, secretário de saúde suplementar da Federação Nacional
dos Médicos (Fenam); Florisval Meinão, presidente da APM; Aloísio Tibiriçá, 2º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina;
Geraldo Ferreira Filho, presidente da Fenam; e Emílio César Zilli, diretor de defesa profissional da Associação Médica Brasileira
(AMB) ¿ foi anunciado o protesto nacional contra as operadoras de saúde, no dia 25 de abril, marcando o início das negociações.
Estão agendados também para 8 de abril uma paralisação pelas Santas Casas de todo o Brasil e, no dia 10 do mesmo mês, uma
manifestação pelo Saúde - 10, movimento nacional em defesa da saúde pública, em Brasília.
João Ladislau: "é preciso atenção à realidade dos índices concedidos aos médicos pelas operadoras"
Representantes de entidades médicas de todo o país participaram do debate. Pelo Cremesp, estiveram presentes o presidente,
Renato Azevedo Júnior, o diretor de comunicação, João Ladislau, o diretor do departamento de fiscalização, Ruy Tanigawa, e
os conselheiros Akira Ishida e Tazuo Uemura.
"O movimento precisa envolver não só a negociação como também a questão institucional, que é a contratualização com as
operadoras", alertou Tibiriçá. A reunião buscou propor diretrizes globais para que os Estados façam suas ações locais de protesto
contra os abusos dos planos de saúde.
Reajustes
Para Meinão, os avanços devem acontecer principalmente em relação aos procedimentos, cuja defasagem gira em torno de 40%
a 50%. "Com os reajustes dos últimos três anos, houve uma reversão parcial dos honorários dos médicos na saúde suplementar,
mas as entidades médicas conseguiram deixar claro à população que os planos de saúde cobram caro, remuneram mal os médicos
e não prestam um bom serviço", afirmou Meinão.
Embora os protestos dos médicos tenham tido efeito na mídia, Ladislau destacou uma matéria publicada na Folha de S. Paulo
de 26 de fevereiro, que aponta que os planos de saúde tiveram aumento de 16,4% no último ano, atribuído por eles ao reajuste
da consulta médica. "Isso não corresponde à realidade dos índices concedidos aos médicos pelas operadoras", contestou.
Propostas
No final do debate, foram votadas cinco propostas nacionais que servirão de base para as negociações estaduais com os
planos: valor da consulta a R$ 90, reajuste dos procedimentos com base na CBHPM, contratos justos sem frações de índice, re-hierarquização
proposta pela ANS com base na CBHPM e aprovação do Projeto de Lei 6.964, que trata sobre reajuste anual dos contratos. Entidades
médicas e sociedades de especialidades paulistas deverão se reunir ainda no mês de março para definir a pauta local de reivindicações
junto aos planos de saúde.
Fonte: Cremesp