09/08/2011
Lideranças médicas aprovam paralisação no SUS
Data escolhida é 25 de outubro. Entre as reivindicações estão melhor remuneração e Plano de Cargos e Carreiras
Lideranças de todo o País aprovaram o dia nacional de paralisação dos médicos que atuam na saúde pública, que deverá ocorrer
no dia 25 de outubro. A decisão foi tomada em reunião da Comissão Nacional Pró-SUS, no dia 5 de agosto, com participação de
representantes de todo o País.
"Os problemas do SUS continuam com uma série de impasses e desafios. Vemos improvisações e falta de rumo. O quadro geral
é muito preocupante e precisamos nos posicionar", declarou o 2.º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), coordenador
da comissão, Aloísio Tibiriçá, na abertura da reunião.
Representantes da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso e Roberto Gurgel; e Federação Nacional dos Médicos
(Fenam), Cid Carvalhaes e Márcio Bichara, também conduziram os debates. É a segunda vez este ano que a comissão - que agrega
CFM, AMB e Fenam - faz uma reunião com essa representatividade nacional.
Paralisação
Os representantes dos médicos votaram pela paralisação. O Dia Nacional de Paralisação, em 25 de outubro, será precedido
de mobilizações organizadas pelos estados e culminará com a presença das lideranças em Brasília para mobilizações no Congresso
e no Ministério da Saúde, no dia 26. Os itens da pauta nacional são: melhor remuneração no SUS, Plano de Cargos, Carreira
e Vencimentos (PCCV), condições adequadas de trabalho, assistência de qualidade para a população, financiamento maior e permanente
para o SUS e qualificação da gestão pública. Os estados, por sua vez, poderão agregar lutas locais às suas pautas, de acordo
com as especificidades regionais.
Educação Médica
A Comissão Nacional Pró-SUS está empreendendo, em trabalho conjunto com a Comissão de Ensino Médico do CFM (coordenada
pelo 1.º vice-presidente Carlos Vital), um estudo sobre demografia médica no Brasil. O objetivo é trazer mais consistência
às discussões sobre a necessidade de médicos no País para uma assistência adequada.
O governo propõe a criação de 2.500 vagas por ano para suprir a alegada falta de médicos. No entanto, dados preliminares
do estudo do CFM apontam que o método do governo, de comparar o número de médicos por mil habitantes no Brasil (1,9) com outros
países não é suficiente por se tratarem de sistemas de saúde diferenciados que imprimem características próprias ao trabalho
médico nesses diferentes contextos.
O estudo, ainda em desenvolvimento, pretende superar também a divisão de médicos por mil habitantes que considera apenas
as informações de registro dos profissionais junto aos conselhos regionais. A ideia é agregar outras informações e particularidades
brasileiras, como número de especialistas, multiplicidade de vínculos, postos de trabalho e outras bases de dados como as
produzidas por: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),
Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (AMS), Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) etc.
Fonte: CFM