29/09/2010

Letra de médico





Algumas expressões envolvendo a atividade médica ganharam significados consagrados.


Assim, quando se diz letra de médico significa dificuldade em entender o que se lê ou caligrafia ruim. Da mesma maneira a expressão visita de médico significa visita rápida.


Quando se aborda o tema, vem, via de regra, a receita médica; a receita mal redigida, inelegível; que geralmente é contornada através de telefonema, que hoje é rápido e esclarecedor.


A escrita legível do médico é uma das manifestações de boa formação ética e um respeito ao paciente. Receita médica garranchada, põe em risco a saúde do paciente, pela possibilidade de troca de medicamento. Até pouco tempo, a velha máquina de escrever representava a maneira ideal de prescrever. Porém com o avanço tecnológico que o computador trouxe, em dos benefícios mais fantástico no receituário médico, e a impressão pelo computador casa vez mais necessário ao desempenho da profissão.


É inaceitável hoje em dia, receituários médicos ilegíveis. Os conselhos de medicina deveriam ser mais rigorosos com o assunto.


Mas a caligrafia ruim do médico vai além do receituário.


Os atestados e os prontuários médicos são também vitimas dessa má prática.


As denuncias contra médicos e/ou hospitais, sejam a nível administrativo civil ou criminal, tem no prontuário médico o melhor recurso para a condenação ou absolvição do profissional. Prontuários bem elaborados, legíveis são, via de regra a melhor defesa do médico responsável.


Finalizo, realçando o avanço fantástico da introdução do prontuário eletrônico e da receita eletrônica.


A Secretaria de Saúde de Maringá, neste sentido, avançou bastante. Atualmente as Unidades Básica de Saúde dispõe do sistema informatizado; obrigando o médico a prescrever legível e registrar o estado de saúde no momento da consulta; além disso, a prescrição prevê a quantidade de medicamento e o horário de administração. Tal sistema, (quem diria) implantado pelo criticado Sistema Único de Saúde, permite também o controle de saída de medicamentos e sua prevalência.


Tais progressos contribuem mais para o aprimoramento ético dos profissionais da saúde que novas leis ou normas.



Artigo escrito pelo médico Kemel Jorge Chammas (CRMPR n.º 2278) e publicado no jornal O Diário de Maringá no dia 17 de setembro de 2010.

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