Proposta quer acabar com a velha receita médica. O motivo? A letra que ninguém entende. Saiba por que a velha receita médica
pode estar com os dias contados.
Quem nunca passou pelo constrangimento de ir ao médico, sair direto para a farmácia, mas na hora de comprar o remédio
surge o problema: ninguém entende o que está escrito na receita. Em Brasília, uma nova lei quer pôr fim a esse tormento.
Será que os médicos vão se adaptar aos novos tempos? Já passou da hora. Se os garranchos são ilegíveis, corre-se o risco
de comprar remédio errado.
Todas as clínicas e hospitais públicos e particulares terão que estar informatizados em 90 dias. O paciente deverá sair
da consulta com a receita impressa pelo computador. A boa, no entanto, esbarra no fato de que poucos hospitais no Distrito
Federal são informatizados.
O que será que o médico receitou? "Eu não estou entendendo nada, sei só que é uso nasal. Agora, o restante eu não sei",
diz uma paciente.
"Eu tentei fazer uma pesquisa de preço pelo telefone, mas não conseguia entender a letra do médico", conta a funcionária
pública Regina Botelho.
Para ajudar a "traduzir" algumas receitas, só mesmo a experiência de quem faz isso o tempo todo.
"A gente tem o costume de já conhecer pelas iniciais da letra e às vezes pela dosagem", comenta o balconista Marcelo Antônio.
Trata-se de um exercício arriscado. "É complicado. Pode acontecer até mesmo de levar um remédio errado", teme o bancário
Adão Santos.
"Isso ocorre muito no nosso dia-a-dia. Algumas letras de alguns médicos nós podemos confundir entre dois a três tipos
de medicamentos", alerta a farmacêutica Alessandra Nunes.
Para acabar com os garranchos nas receitas, agora é lei no Distrito Federal: médicos e dentistas terão que trocar a caneta
pelo computador na hora de indicar o tratamento para os pacientes.
Os profissionais da iniciativa privada e da rede pública
têm três meses para se adaptar.
"Levaremos ainda algum tempo para ter a informatização em toda nossa vasta rede, mas eu acho que a intenção do Parlamento
local foi no sentido de dar mais clareza ao cidadão", declarou o secretário de Saúde do Distrito Federal, Augusto Carvalho.
Para o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), alguns médicos podem resistir à mudança.
"As pessoas que estão acostumadas e que estão há anos trabalhando com o papel não vão de uma hora para outra mudar para
o sistema de informática com naturalidade. A mudança vai acontecer, mas tem que acompanhar um ritmo natural para que as pessoas
se acostumem com isso", afirma o presidente do CRM-DF, Alexandre Castilho.
Fonte:
Site da Globo.com