A edição n° 41 da revista IÁTRICO já está disponível em sua versão digital neste início de novembro. A publicação cultural do Conselho Regional de Medicina do Paraná traz em destaque a temática “Superação – histórias incentivadoras”. Faz uma incursão nos vários ambientes da Medicina, artes, música, literatura, cinema, política, poesia, fotografia e do nosso cotidiano para compartilhar experiências de vida dos mais diversificados personagens. Da luta contra as limitações físicas ao preconceito, o que não faltam são exemplos de bravura, de perseverança, de resiliência.

O convite para percorrer em leitura as 86 páginas da revista começa pela bela capa, uma obra do pintor norueguês Hans Dahl e que exibe paisagem provocativa e reflexiva sobre a beleza que se enxerga e os mistérios que formam os ciclos da vida. Outras pinturas de Dahl formam a galeria da edição. Muito criticado por resistir à transição da arte do romantismo para o modernismo, o artista, que perdeu o filho de 37 anos vitimado por tuberculose, procurou propagar o otimismo sob a descrição do cenário da parte ocidental da Noruega sob sol brilhante e pessoas sorridentes em trajes nacionais, explorando as cores vibrantes.

Contamos um pouco da história da paranaense Dra. Elaine, a primeira médica com tetraparesia a se formar no Brasil. Como no enredo do livro e filme O Escafandro e a Borboleta, ela sofreu um acidente vascular encefálico isquêmico por trombose. O coágulo obstruiu a artéria basilar, fato que resultou em uma isquemia quase total da ponte. Voltamos no tempo por 35 anos para resgatar também a trajetória da Dra. Moêma, que ficou cega durante o curso de Medicina na UFPR e, apesar de concluí-lo, não foi diplomada. Falecida, deixou legado de luta pela inclusão dos deficientes visuais.

Nas artes, retratamos um pouco da carreira do francês Pierre-Auguste Renoir, um dos principais pintores no desenvolvimento do estilo impressionista e que desenvolveu artrite reumatoide, tendo sua mobilidade severamente limitada e que até obrigou-o a alterar a técnica de pintura. Também contamos um pouco sobre o pintor alemão Arnulf Erich Stegmann, que em meados dos anos 1950 fundou a Associação dos Pintores com a Boca e os Pés. Entre seus “discípulos” no País está o gaúcho Jeferson Hoffmann, tetraplégico e único de seu estado a integrar a Associação.

Na música, temos as trajetórias de grandes fenômenos mundiais: o pianista e maestro brasileiro João Carlos Martins e o beatle Ringo Starr. Por trás da fama e do inegável talento, a luta para superar adversidades e limitações físicas. Duas histórias singulares que se somam a outras de grande impacto e respeito, como a de John Merrick, retratado no filme O Homem Elefante; de Phan Thi Kim Phúc, a Garota da Foto, do icônico registro há 50 anos do fotógrafo Nick Ut expondo os horrores da Guerra do Vietnã e as sequelas do uso de napalm; de Hellen Adams Keller: a primeira surdocega na história a conseguir um bacharelado e que deixou legado de luta pela liberdade e direitos humanos; e o físico Stephen Hawking, que desafiou a ciência depois de ter sido diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica aos 21 anos e a indicação da morte iminente. Viveu até os 78 anos.

A esse grupo de personagens juntamos Franklin Delano Roosevelt, o único presidente dos Estados Unidos com deficiência e que, além dos feitos como grande líder mundial, instruiu importante esforço no combate à poliomielite; Jane Addams, que conduziu contundente trajetória de trabalho social e defesa da paz mundial, com reconhecimento pelo Prêmio Nobel; e o filósofo e escritor Denis Diderot, impulsionador de conhecimento.

A Dra. Milasinovic Branka deixou a antiga Iugoslávia em meio a uma guerra, há quase três décadas, e foi acolhida no Brasil para continuar sua missão hipocrática, agora reverenciada por fazer parte do seleto grupo de diplomados com o Mérito Ético na passagem do Jubileu de Ouro. Outra honraria, a de Medalha de Lucas – Tributo ao Mérito Médico, alcançou o pediatra Luiz Ernesto Pujol, com sua carreira de quase meio século marcada pela incansável luta no combate à violência contra as crianças e pela infância saudável.

Às histórias da Dra. Branka e do Dr. Pujol a revista faz somar os depoimentos de médicos que experimentaram ou testemunharam períodos de grandes dificuldades e que exigiram coragem, persistência e determinação. Dentre eles estão os Drs. Orley Kantor Junior, Marco Antônio Pedroni, José Manuel Beltrán Torrez, Úrsula Bueno do Prado Guirro e Kátia Sheyla Malta Purim.

Os atrativos da edição 41 não param por aí, pois mantém as tradicionais colunas de Música, o Guia de Bordo, com o Prof. Paulo Marquetti fazendo uma trilha sonora toda associada à temática “Superação”; a de cinema, com o cinéfilo e médico Isaias Dichi; a de Literatura e Medicina, com o Prof. Maurício de Carvalho; a de Poesia, que traz o centenário de Saramago e obra do paranaense Domingos Pellegrini; a de culinária, Receitas de Doutor, com o médico José Clemente Linhares; e artigo de bioética do Prof. José Eduardo de Siqueira, intitulado “As superações dos professores de medicina na aplicação de novas práticas pedagógicas”.

A coluna “Mãos Dadas” aborda conhecimento da área de reumatologia, enquanto “Palavras de Mestre”, “Aforismos”, “Do Caderno Verde” e “Antologia” nos trazem mensagens de reflexão.

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CONFIRA EDIÇÃO 41 DA REVISTA IÁTRICO.