18/05/2018
Luiz Ernesto Pujol
ELEIÇÕES 2018: Mensagem aos Médicos Paranaenses
As demandas impetradas pelos órgãos representativos da classe médica contra as improvisações de “políticas governamentais cosméticas”, na área da saúde, têm mostrado ineficácia frente à inércia e ao não comprometimento dos parlamentares em geral e, lamentavelmente, também de alguns médicos atuantes nos parlamentos, os quais deveriam apoiar as legítimas reivindicações de sua classe profissional, mas não o fazem.
Diante desta situação, decidiu-se pela formação de uma organização, a qual congregasse os órgãos representativos e as Sociedades de Especialidades Médicas para que, em uníssono com a Frente Parlamentar da Medicina, atualmente, capitaneada pelos Deputados Federais Luciano Ducci (PSB-PR), Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) e pelo Senador Ronaldo Ramos Caiado (DEM-GO), ocorresse uma mobilização da classe médica, no sentido de escolher candidatos aos parlamentos Municipais, Estaduais e Federais, os quais, após eleitos, deverão atuar de forma unificada, reforçando o número dos componentes da Frente Parlamentar da Medicina.
No início de 2018, esta organização se consolidou, legalmente, passando a se denominar Instituto Brasil de Medicina (IBDM), cabendo sua coordenação, não remunerada, ao Prof. Dr. Luiz Carlos Sobânia.
O IBDM tem como princípio instigar a classe médica a participar da política da saúde de forma apartidária, porém com efetividade e clareza de propósitos. A escolha dos candidatos deverá considerar a idoneidade, o idealismo, a serenidade, e a ilibada conduta profissional, ética e social dos mesmos.
Os médicos e suas Entidades deverão apontar colegas que VERDADEIRAMENTE sejam representantes da classe médica, os quais indicados, apoiados e eleitos, por médicos, se comprometerão a criar e a aprovar Leis, que venham trazer benefícios à saúde da população, permitindo o exercício de uma Medicina técnica e eticamente respeitável, tendo por base que, nesta ciência, os julgamentos são baseados em verdadeiro ou falso, inexistindo o “meio termo” tão comumente utilizado, pela maioria dos políticos atuais.
Médicos assim eleitos serão avalizados a ações legais, por uma política realmente responsável de proteção à Medicina de qualidade, tanto no setor público, como no setor suplementar.
Algumas Sociedades de Especialidade ainda não se conscientizaram da importância desta proposta, fazendo-se necessário que
sejam incentivadas à agregação ao IBDM, as quais na qualidade de formadores de opinião perante a sociedade poderão angariar
votos aos seus escolhidos candidatos.
Vale lembrar: é nos Parlamentos, onde as Leis são criadas,
que poderemos interferir, nas decisões governamentais, que tantas mazelas têm trazido à área médica no País, principalmente:
a falta de uma Carreira de Médico no setor público; a interferência de outras profissões nas atividades legalmente restritas
aos médicos; as escolas médicas em número excessivo e sem condições técnicas e estruturais para uma boa formação dos acadêmicos;
o insuficiente financiamento do SUS, com Tabelas de ressarcimento à atividade médica, as quais há muitos anos estão defasadas;
a escassez de vagas em Residências Médicas com aviltante ressarcimento econômico aos Residentes; o salário vergonhoso aos
Mestres e Preceptores; as precaríssimas condições de trabalho e de segurança nas Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Pronto
Atendimento; a desmedida alocação de recursos em ações puramente demagógicas como: o Programa Mais Médicos (privilegiando
a quantidade em detrimento da qualidade); a disponibilização de PICs (Práticas Integrativas e Complementares que em sua maioria
não possuem nenhuma fundamentação científica), também; a perigosa intenção de um novo modelo estruturante para o sistema nacional
de saúde, e ainda; o total descaso com o Saneamento Básico a ser disponibilizado à população, causa da perpetuação de inúmeras
doenças que atingem nossa população.
Artigo escrito pelo médico pediatra Luiz Ernesto Pujol, que integra o Departamento de Defesa Profissional da Associação Médica do Paraná e também é ex-presidente e atual conselheiro e secretário-geral do CRM-PR.