09/07/2013

Indignação toma conta da classe médica com descaso na saúde

Nota de repúdio do CRM-PR teve mais de 21 mil visualizações em poucas horas depois de postada no Facebook

As propostas apresentadas pelo governo federal para tentar amenizar o verdadeiro caos que cerca o setor de saúde geraram repúdio não apenas das instituições representativas da classe e dos próprios médicos, mas dos vários setores da sociedade. As redes sociais exploraram o assunto e o entendimento prevalente é de que as medidas são eleitoreiras e pouco trarão de efetividade na assistência à saúde da população. “Estatização do médico” e “desprezo da Constituição” foram termos recorrentes, assim como a convicção de que os governantes ainda não ouviram as mensagens das ruas. A indignação dos médicos e estudantes de Medicina gerou uma “avalanche” de telefonemas, e-mails e manifestações no Facebook do Conselho. Somente a nota de repúdio emitida pelo CRM-PR teve mais de 21 mil visualizações em poucas horas.

Nesta quarta-feira, 10, representantes de todos os Conselhos de Medicina reúnem-se em Brasília para avaliar as iniciativas a serem implementadas nos âmbitos políticos e judiciais para resguardar os direitos constitucionais da população e dos profissionais da Medicina. Ao mesmo tempo, os sindicatos que integram a Federação Nacional dos Médicos estarão analisando posição a ser assumida, o que inclui entre as propostas até mesmo movimentos visando a interrupção de serviços eletivos por determinado período. A Medida Provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff segue para o Congresso, onde os parlamentares têm a oportunidade de rever o despropósito de seu conteúdo.

“O momento exige sabedoria e firmeza para que a classe médica seja realmente ouvida e a saúde da população resguardada. Exige também uma atitude de contundência para que sejam estancados os equívocos. Todas as ações propostas pelo segmento médico para a médio e longo prazos trazer soluções resolutivas em prol da saúde foram ignoradas, como o investimento de 10% do PIB pela União, o plano de carreira de Estado para o profissional do SUS”, avalia o presidente do Conselho do Paraná, Alexandre Gustavo Bley. De acordo com ele, sem infraestrutura e condições de trabalho dignas a fixação do médico não se consolidará nas regiões hoje desabastecidas.

O presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D’Avila, realça o mesmo entendimento de que o o governo faz jogo de cena, com interesse eleitoreiro: "Se quisesse fixar médicos no interior, lançaria uma carreira de Estado, os 10%de gastos com a saúde, e não uma medida como essas. O governo perdeu uma grande oportunidade de falar a verdade à população e vai ter contra si, agora, 400 mil médicos. Será uma reação muito forte".

Assista as reportagens que repercutiram o assunto nesta terça-feira

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