25/10/2009

II ENCM debate novo Código de Ética, trabalho médico e exames para recém-formados

A segunda edição do Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2009 foi sediada em Brasília, durante os dias 21, 22 e 23 deste mês. Entre os temas centrais o novo Código de Ética Médica, aprovado e publicado no Diário Oficial em 24 de setembro, o trabalho médico e exames para recém-formados.

Na mesa de trabalho que abordou a questão do trabalho médico, o 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina e coordenador da Comissão Pró-SUS, Carlos Vital, defendeu a criação de carreira de estado para os médicos: "não se trata de ambição, mas de dignidade para atendermos nossos semelhantes. Os recursos humanos dos médicos não podem estar numa situação de precarização. Eles têm que estar dentro de uma carreira de estado, disponível à gestão", declarou.

A diretora do Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde do Ministério da Saúde, Maria Helena Machado, participou da discussão, e antecipou a criação de uma comissão formada por representantes da pasta e das entidades médicas, para formulação de uma carreira de estado para profissionais de saúde em áreas longínquas do Norte e do Nordeste, especialmente da Amazônia Legal.

A mesa que tratou do exame para recém-formados foi conduzida pelo 2° secretário do CFM, Gerson Zafalon Martins, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Henrique Carlos Gonçalves e o superintendente de Ensino e Pesquisa do Instituto de Medicina Integral (IMIP), Fernando Menezes, que apresentaram seus argumentos favoráveis e contrários, respectivamente.

De acordo com Henrique Carlos Gonçalves foi feito amplo estudo do internato de medicina do estado de São Paulo, empreendido por uma comissão formada por conselheiros e professores de medicina (Comissão de Pesquisa e Ensino Médico) junto com o Departamento de Fiscalização. Mais de 50% desses locais não tinha sequer condições adequadas de assistência. Com isso, se discutiu no Cremesp uma prova de avaliação dos egressos das faculdades de medicina. Ainda de acordo com o especialista favorável à aplicação da prova, o desempenho dos egressos foi surpreendentemente negativo, no sentido de desvelar a situação crítica do ensino médico no país. "Achávamos que a situação estava ruim, mas os números mostram que a situação está péssima. Em 2008, tivemos 679 participantes na primeira fase, com índice de aprovação de 38,60%", comenta.

Para Fernando Menezes, do IMIP, que apresentou um ponto de vista contrário à aplicação de prova em egressos, "a ABEM [Associação Brasileira de Educação Médica] tem posição clara desde 2005. É contra qualquer exame realizado após o final do curso. Somos favoráveis à avaliação externa, mas não após a graduação", defende. Para Menezes, a avaliação deve ser feita em vários momentos do curso médico, com variados instrumentos de avaliação que possam medir a aquisição de conhecimentos. "Deve ser formativa, e não punitiva", explica.


Paraná

Os representantes do Conselho Regional do Paraná no II Encontro foram os conselheiros Maurício Marcondes Ribas, Alexandre Gustavo Bley, Marília Cristina Milano Campos e Roseni Teresinha Florencio.


Fonte: CRMPR, com informações CFM

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