15/01/2012
Hospital Filadélfia confirma que descredenciamento do SUS é irreversível
Através de nota oficial emitida na manhã de segunda-feira (9 de janeiro), a direção do Hospital Filadélfia, de Marechal Cândido
Rondon, confirma que vai se descredenciar do SUS - Sistema Único de Saúde, informando que o processo é irreversível.
A nota diz que o Hospital Filadélfia resistiu durante mais de dez anos e contabiliza um prejuízo de R$ 3.799.513,26, somente nos últimos cinco anos.
Informa ainda que tanto a secretaria municipal, como a Secretaria de Estado da Saúde, foram comunicadas que o descredenciamento poderia ocorrer. Por outro lado, a casa se coloca à disposição dos municípios para negociar outras formas de financiamento do atendimento aos pacientes.
Hospital Filadélfia
O mais antigo Hospital do município construído pelo primeiro médico de Marechal Cândido Rondon, Friedrich Rupprecht Seyboth, nos anos 50, transformado num dos maiores hospitais psiquiátricos na década de 80, estará fechando as portas para pacientes do SUS dentro de 70 dias. Em nota oficial a instituição confirmou a decisão tão radical.
O hospital tem capacidade para atender 240 pacientes com transtornos mentais, e sempre está lotado, havendo filas de espera. Os pacientes atendidos pelo SUS através do Hospital Filadélfia são oriundos de 152 municípios que juntos tem população superior a 3,5 milhões de habitantes.
O descredenciamento também se estende aos pacientes internados para tratamento dos dependentes de drogas, projeto piloto implantado há poucos anos e que atendia especialmente um público jovem com imensas dificuldades para se livrar do vício.
A região Oeste do Paraná, especialmente o município de Marechal Cândido Rondon, e as famílias que convivem com doentes mentais, terão enormes dificuldades para atender seus familiares, especialmente aqueles que têm boas possibilidades de cura, mediante tratamento intensivo com internamento.
O serviço, não sendo oferecido pelo Estado, se torna caro e fora do alcance da maioria das famílias que tem essa necessidade. Por sua vez, o hospital sem os pacientes do SUS também fechará suas portas.
Decisão anunciada
Há alguns anos os diretores do Hospital Filadélfia vinham anunciando a possibilidade de interromper o atendimento pelo SUS devido a prejuízos acumulados durante décadas. Nem mesmo as recentes tentativas de aumentar a gama de serviços e melhorar a remuneração foram consideradas satisfatórias. "Com prejuízo mensal e sem perspectiva de reverter o quadro, e, mesmo sabendo que o fechamento poderá ser para sempre, a família Seyboth resolveu anunciar o que muitos já esperavam e outros temiam: o descredenciamento do Hospital Filadélfia do SUS", menciona nota postada no Portal Rondon.
Confira na íntegra a nota oficial do Hospital Filadélfia:
Nota Oficial
Hospital Filadélfia
O Hospital Filadélfia, considerando as manifestações alusivas ao anunciado descredenciamento da instituição do Sistema Único de Saúde, esclarece:
1. A Política Nacional de Saúde Mental, coordenada pela Secretaria Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde, tem o objetivo declarado de inviabilizar os hospitais psiquiátricos existentes.
2. A forma de inviabilizar as instituições existentes é o subfinanciamento intencional da atividade, levando as instituições hospitalares ao caos financeiro e à insolvência.
3. O Hospital Filadélfia resistiu durante mais de dez anos a esta política de inviabilização, contabilizando prejuízo de R$ 3.799.513,26, (três milhões, setecentos e noventa e nove mil, quinhentos e treze reais e vinte seis centavos), nos últimos cinco anos.
4. Em meados do ano de 2011 a empresa informou às autoridades responsáveis que estava ultimando preparativos para promover o descredenciamento da instituição do Sistema Único de Saúde, tendo informado isso verbalmente ao Secretário Municipal de Saúde, por ofício à Secretaria Estadual de Saúde e em audiência ao Secretário Estadual da Saúde, Dr. Michele Caputo Neto, esta, no dia 05 de Dezembro de 2011.
5. Considerando o exposto acima, o Hospital Filadélfia informa que o descredenciamento do Sistema Único de Saúde é irreversível.
6.
Considerando as dificuldades que a população atendida e os municípios enfrentarão, em consequência do descredenciamento e da possível desativação do hospital, a direção da instituição não se furta a negociações para manutenção do atendimento com outras fontes de financiamento, desde que assegurados o equilíbrio econômico e a viabilidade financeira da empresa.
Marechal Cândido Rondon, 09 de Janeiro de 2012.
A Direção,
Hospital Filadélfia
Fonte: Fehospar
A nota diz que o Hospital Filadélfia resistiu durante mais de dez anos e contabiliza um prejuízo de R$ 3.799.513,26, somente nos últimos cinco anos.
Informa ainda que tanto a secretaria municipal, como a Secretaria de Estado da Saúde, foram comunicadas que o descredenciamento poderia ocorrer. Por outro lado, a casa se coloca à disposição dos municípios para negociar outras formas de financiamento do atendimento aos pacientes.
Hospital Filadélfia
O mais antigo Hospital do município construído pelo primeiro médico de Marechal Cândido Rondon, Friedrich Rupprecht Seyboth, nos anos 50, transformado num dos maiores hospitais psiquiátricos na década de 80, estará fechando as portas para pacientes do SUS dentro de 70 dias. Em nota oficial a instituição confirmou a decisão tão radical.
O hospital tem capacidade para atender 240 pacientes com transtornos mentais, e sempre está lotado, havendo filas de espera. Os pacientes atendidos pelo SUS através do Hospital Filadélfia são oriundos de 152 municípios que juntos tem população superior a 3,5 milhões de habitantes.
O descredenciamento também se estende aos pacientes internados para tratamento dos dependentes de drogas, projeto piloto implantado há poucos anos e que atendia especialmente um público jovem com imensas dificuldades para se livrar do vício.
A região Oeste do Paraná, especialmente o município de Marechal Cândido Rondon, e as famílias que convivem com doentes mentais, terão enormes dificuldades para atender seus familiares, especialmente aqueles que têm boas possibilidades de cura, mediante tratamento intensivo com internamento.
O serviço, não sendo oferecido pelo Estado, se torna caro e fora do alcance da maioria das famílias que tem essa necessidade. Por sua vez, o hospital sem os pacientes do SUS também fechará suas portas.
Decisão anunciada
Há alguns anos os diretores do Hospital Filadélfia vinham anunciando a possibilidade de interromper o atendimento pelo SUS devido a prejuízos acumulados durante décadas. Nem mesmo as recentes tentativas de aumentar a gama de serviços e melhorar a remuneração foram consideradas satisfatórias. "Com prejuízo mensal e sem perspectiva de reverter o quadro, e, mesmo sabendo que o fechamento poderá ser para sempre, a família Seyboth resolveu anunciar o que muitos já esperavam e outros temiam: o descredenciamento do Hospital Filadélfia do SUS", menciona nota postada no Portal Rondon.
Confira na íntegra a nota oficial do Hospital Filadélfia:
Nota Oficial
Hospital Filadélfia
O Hospital Filadélfia, considerando as manifestações alusivas ao anunciado descredenciamento da instituição do Sistema Único de Saúde, esclarece:
1. A Política Nacional de Saúde Mental, coordenada pela Secretaria Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde, tem o objetivo declarado de inviabilizar os hospitais psiquiátricos existentes.
2. A forma de inviabilizar as instituições existentes é o subfinanciamento intencional da atividade, levando as instituições hospitalares ao caos financeiro e à insolvência.
3. O Hospital Filadélfia resistiu durante mais de dez anos a esta política de inviabilização, contabilizando prejuízo de R$ 3.799.513,26, (três milhões, setecentos e noventa e nove mil, quinhentos e treze reais e vinte seis centavos), nos últimos cinco anos.
4. Em meados do ano de 2011 a empresa informou às autoridades responsáveis que estava ultimando preparativos para promover o descredenciamento da instituição do Sistema Único de Saúde, tendo informado isso verbalmente ao Secretário Municipal de Saúde, por ofício à Secretaria Estadual de Saúde e em audiência ao Secretário Estadual da Saúde, Dr. Michele Caputo Neto, esta, no dia 05 de Dezembro de 2011.
5. Considerando o exposto acima, o Hospital Filadélfia informa que o descredenciamento do Sistema Único de Saúde é irreversível.
6.
Considerando as dificuldades que a população atendida e os municípios enfrentarão, em consequência do descredenciamento e da possível desativação do hospital, a direção da instituição não se furta a negociações para manutenção do atendimento com outras fontes de financiamento, desde que assegurados o equilíbrio econômico e a viabilidade financeira da empresa.
Marechal Cândido Rondon, 09 de Janeiro de 2012.
A Direção,
Hospital Filadélfia
Fonte: Fehospar