20/06/2018
Professor teve efetiva participação na história do Conselho do Paraná, sendo um dos fundadores e seu presidente interino e na gestão de 1963 a 1966
A palavra foi parte essencial da trajetória do Prof. Ernani
Simas Alves. Nascido em Curitiba em fevereiro de 1914 e formado em Medicina pela Universidade Federal do Paraná em dezembro
de 1938. Foi intenso a vida toda, a começar pelo fato de, um ano antes de se graduar, ter se tornado professor auxiliar Fez
curso de especialização em cirurgia geral na capital paulista (1939) e logo depois (1943) concluiu o curso de cirurgia de
guerra, tendo sido nomeado pela presidência da república 2.º tenente médico da reserva do Exército. Era o período que precedeu
a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial.
O vasto currículo de Ernani Simas Alves ainda o coloca como professor catedrático, médico, dirigente hospitalar, biógrafo e escritor. Foi autor de uma das obras mais completas publicadas no Brasil sobre Medicina Legal e Deontologia. Como escritor, se dedicou tanto ao ramo médico como ao literário, sendo o segundo ocupante da cadeira nº 21 da Academia Paranaense de Letras. Suas obras incluem “Erasto Gaertner: Um lutador incansável por nobres causas”, biografia do médico e ex-prefeito de Curitiba; “Atlântida, berço da civilização” e “O perigo dos tóxicos”, num trabalho coletivo
A sua atuação na Medicina foi ainda mais extensa, unindo
o trabalho clínico aos cargos administrativos. Em 21 de dezembro de 1957, coube ao Prof. Ernani Simas Alves, então presidente
da Associação Médica do Paraná, a missão de organizar a diretoria provisória responsável pela efetivação do Conselho Regional
de Medicina do Paraná. Após a diretoria provisória cumprir a função de organizar o CRM e iniciar o cadastro dos médicos, ele
próprio foi eleito conselheiro efetivo da primeira gestão eleita para o mandato de maio de 1959 a novembro de 1963.
Empossado 1.º secretário na jornada de dois anos e meio da diretoria, foi alçado a cumprir função de presidência por significativo período, face a ausência do presidente e do vice. Reeleito conselheiro na gestão seguinte, ele assumiu a presidência da autarquia de novembro de 1963 a maio de 1966, período de grande turbulência política no País. Compõe a galeria de presidentes exposta no hall do piso S1 da Sede do CRM-PR.
Ele também foi professor catedrático de Medicina Legal,
vice-diretor da Faculdade de Medicina, diretor do Hospital das Clínicas, do Setor de Ciências da Saúde, do Instituto Paranaense
de Medicina e do Instituto Médico Legal do Paraná. Além disso, foi chefe do Departamento de Medicina Forense e Psiquiatria,
presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria e Criminologia, da Liga Paranaense de Combate ao Câncer e membro do Conselho
Penitenciário do Estado e da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames). Ainda foi acadêmico titular fundador da
Academia Paranaense de Medicina, a qual também presidiu. Teve também participação efetiva na constituição do Sindicato dos
Hospitais, em 1961, e da Associação dos Hospitais do Paraná, em março de 1973. Foi presidente do Sindipar no período de maio
de 1974 a maio de 1977.
Entre as homenagens que recebeu ao longo de sua carreira, está o título de Cidadania Benemérita do Paraná, concedido a ele pela Assembleia Legislativa, em 1977. Também em 1989 ele foi distinguido com o Diploma de Mérito Ético-Profissional, na passagem do Jubileu de Ouro, em condecoração do CRM-PR que no mesmo ano ainda alcançou outros grandes vultos da Medicina paranaense, como Giocondo Villanova Artigas, João Luiz Bettega, Moacir Teixeira Pinto, Ruy Noronha de Miranda e Emílio Humberto Carazzai. Em 1995, na passagem do Dia do Médico, ele voltou a ser homenageado pelo Conselho por ter sido o principal articulador na implantação da autarquia no Paraná, após a promulgação da Lei 3.268/1957.
O Prof. Ernani Simas Alves faleceu em 19 de janeiro de 2000, aos 86 anos de idade. No ano de seu falecimento, a vereadora Nely Almeida, esposa do ex-presidente do CRM-PR Félix do Rego Almeida, apresentou proposta de lei para que o eminente professor fosse reverenciado nomeando uma via pública de Curitiba, o que se cumpriu no bairro Cidade Industrial.