06/07/2018
Precursor de família de médicos e mestre na UFPR, foi um dos primeiros presidentes do Conselho
O Professor Brasílio Vicente de Castro
compôs o segundo grupo de conselheiros eleitos de forma direta, cumprindo gestão no período de novembro de 1963 a novembro
de 1968. Nos primeiros 25 meses ele foi vice-presidente, sucedendo ao também Prof. Ernani Simas Alves na jornada seguinte.
Foi, deste modo, o quinto dirigente maior da autarquia, incluindo o Prof. Milton Macedo Munhoz, que primeiro ocupou a função
na condição de provisório, sob indicação da diretoria da Associação Médica do Paraná e tendo a missão de fazer a constituição
legal do Conselho.
Nascido em 26 de junho de 1913, em Ponta Grossa, foi precursor do exercício da Medicina em sua família, tendo se formado em dezembro de 1934 pela Universidade Federal do Paraná, onde também se tornaria integrante do corpo docente. O irmão Sebastião Vicente de Castro (CRM 418), nascido em 1921, graduou-se em 1944 pela mesma UFPR e também ajudou na formação de muitos médicos, sendo de sua autoria o livro “Anatomia Fundamental”, que passou a ser conhecido como “Sebastiãozinho” e se constituiu em referência em determinada época no ensino de anatomia. Do mesmo ramo da família ainda aparecem o Dr. Joaquim Vicente de Castro, registro n.º 2 do Conselho e nascido no mesmo ano que o Dr. Vicente; e Fernando Bley Vicente de Castro (CRM 31.097), da nova geração
Um dos filhos do ex-presidente do CRM-PR também seguiu
seus passos na Medicina. O Dr. Brasílio Vicente de Castro Filho (CRM 2.816), nascido em Curitiba, formou-se em 1970 pela Católica
e continua em plena atividade em São José dos Pinhais, onde é cidadão honorário. Também é diretor de uma unidade hospitalar
e já foi secretário municipal de saúde. Pai e filho conquistaram grande respeito da comunidade, sendo incluídos em referencial
numa pesquisa de estudantes entre as 100 personalidades do Paraná. O Prof. Brasílio empresta o nome a vários logradouros públicos
na Grande Curitiba, incluindo uma escola estadual na CIC e uma rua no bairro Campo Comprido.
O eminente médico foi chefe do Departamento de Ciências Morfológicas da Federal, que depois ganhou o nome de Departamento de Anatomia. Foi por sua iniciativa que, em 1976, começou o planejamento do projeto que deu origem, meia década depois, ao curso de pós-graduação em Biologia Celular e Molecular. Em 2005, na passagem do 25.º aniversário do programa, a universidade prestou nova homenagem ao mentor. Ele também foi fundador e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Católica do Paraná (PUC). Ainda foi oficial médico do Exército, alcançando a patente de tenente-coronel
Em 1974, por sua proximidade com os alunos, ele foi o professor entrevistado para o destaque da edição inaugural do jornal acadêmico Iatros, que propunha ser quinzenal e integrar os alunos da Federal, Católica e Evangélica, mas ficou logo pelo caminho sufocado pelos ares da ditadura militar. Na oportunidade, falou sobre a maneira como a reforma universitária influiu no ensino da anatomia na Federal e também deu conselhos sobre fontes de consultas. Numa mensagem final à formação médica, asseverou: “Nós dependemos muito da cooperação do estudante, que deve compreender que o Brasil é um país em amplo desenvolvimento e necessita de seu apoio”.
O ex-presidente do Conselho faleceu em 8 de maio de 1978,
aos 64 anos.
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