25/10/2007
HUB realiza implante inédito de ouvido biônico
O Hospital Universitário de Brasília (HUB) realizou o primeiro implante coclear do Distrito Federal (DF). O procedimento cirúrgico
consiste na implantação de um dispositivo eletrônico conhecido como "ouvido biônico" na cóclea, porção do ouvido interno dos
pacientes que contém os terminais nervosos responsáveis pela audição.
Apesar de deficiências auditivas atingirem cerca de 350 mil brasileiros, apenas São Paulo, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul oferecem a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Pacientes do DF e demais localidades do Centro-Oeste procuram outros estados para pleitear a cirurgia. O HUB ainda aguarda o aval do Ministério da Saúde para começar a fazer o implante.
"Realizamos esse primeiro como forma de mostrar que temos capacidade técnica para isso e que estamos aguardando apenas a habilitação pelo Ministério da Saúde", afirma o otorrinolaringologista André Sampaio, um dos idealizadores do Programa de Implante Coclear e responsável pela cirurgia. Segundo o especialista, como o procedimento é de alto custo, o ministério precisa habilitar o hospital. Mas, por enquanto, não há previsões para que isso aconteça. Uma portaria específica que regulamente esse trâmite precisa ainda ser editada.
O hospital não divulga o nome do paciente. A criança, de cinco anos, nasceu surda e emite apenas alguns sons. Segundo a mãe, Francisca, que prefere não dar o nome completo, o menino já apresenta mudanças. "Ele está mais solto, mais alegre e progredindo", conta, feliz. Sua expectativa, agora, é que o implante passe logo a apresentar resultados. Isso porque a cirurgia foi realizada no último 19, mas, segundo Sampaio, os efeitos do implante só começam a surgir após 45 dias. É o tempo necessário para ativação dos componentes de audição.
Triagem
O HUB já faz a triagem de pacientes que possam vir a ser beneficiados com o implante. Crianças de até cinco anos nascidas surdas e adultos que perderam a audição e não se adaptaram ao aparelho auditivo convencional são os mais indicados para fazer a cirurgia. "Quanto antes a criança fizer o implante, maiores são as chances de sucesso", explica o médico. Segundo ele, ao longo do tempo, o sistema central perde os componentes da audição. Por isso, adultos que nasceram surdos não estão habilitados ao procedimento cirúrgico.
Programa é lançado
No mesmo dia em que foi realizada a cirurgia, o HUB lançou oficialmente o Programa de Implante Coclear. Foram sete anos de preparação até a realização dessa conquista. Nesse período, foram realizadas as obras e as aquisições necessárias para iniciar as atividades e investiu-se em capacitação técnica dos funcionários. Segundo o médico Carlos Augusto Costa Pires de Oliveira, chefe da Otorrinolaringologia do HUB, o lançamento do programa é uma grande conquista para o DF.
"Não tem mais sentido continuar enviando pacientes para outros estados. Isso aumenta o custo do procedimento, porque inclui a compra de passagens aéreas, e aumenta o desconforto do paciente por conta da viagem. Brasília já está amplamente capacitada e temos a expectativa de que a habilitação pelo Ministério da Saúde saia logo", declara Oliveira. Para o diretor do HUB, João Batista de Sousa, uma das grandes vantagens do programa é capacitar recursos humanos na área.
Fonte: Jornal de Brasília
Apesar de deficiências auditivas atingirem cerca de 350 mil brasileiros, apenas São Paulo, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul oferecem a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Pacientes do DF e demais localidades do Centro-Oeste procuram outros estados para pleitear a cirurgia. O HUB ainda aguarda o aval do Ministério da Saúde para começar a fazer o implante.
"Realizamos esse primeiro como forma de mostrar que temos capacidade técnica para isso e que estamos aguardando apenas a habilitação pelo Ministério da Saúde", afirma o otorrinolaringologista André Sampaio, um dos idealizadores do Programa de Implante Coclear e responsável pela cirurgia. Segundo o especialista, como o procedimento é de alto custo, o ministério precisa habilitar o hospital. Mas, por enquanto, não há previsões para que isso aconteça. Uma portaria específica que regulamente esse trâmite precisa ainda ser editada.
O hospital não divulga o nome do paciente. A criança, de cinco anos, nasceu surda e emite apenas alguns sons. Segundo a mãe, Francisca, que prefere não dar o nome completo, o menino já apresenta mudanças. "Ele está mais solto, mais alegre e progredindo", conta, feliz. Sua expectativa, agora, é que o implante passe logo a apresentar resultados. Isso porque a cirurgia foi realizada no último 19, mas, segundo Sampaio, os efeitos do implante só começam a surgir após 45 dias. É o tempo necessário para ativação dos componentes de audição.
Triagem
O HUB já faz a triagem de pacientes que possam vir a ser beneficiados com o implante. Crianças de até cinco anos nascidas surdas e adultos que perderam a audição e não se adaptaram ao aparelho auditivo convencional são os mais indicados para fazer a cirurgia. "Quanto antes a criança fizer o implante, maiores são as chances de sucesso", explica o médico. Segundo ele, ao longo do tempo, o sistema central perde os componentes da audição. Por isso, adultos que nasceram surdos não estão habilitados ao procedimento cirúrgico.
Programa é lançado
No mesmo dia em que foi realizada a cirurgia, o HUB lançou oficialmente o Programa de Implante Coclear. Foram sete anos de preparação até a realização dessa conquista. Nesse período, foram realizadas as obras e as aquisições necessárias para iniciar as atividades e investiu-se em capacitação técnica dos funcionários. Segundo o médico Carlos Augusto Costa Pires de Oliveira, chefe da Otorrinolaringologia do HUB, o lançamento do programa é uma grande conquista para o DF.
"Não tem mais sentido continuar enviando pacientes para outros estados. Isso aumenta o custo do procedimento, porque inclui a compra de passagens aéreas, e aumenta o desconforto do paciente por conta da viagem. Brasília já está amplamente capacitada e temos a expectativa de que a habilitação pelo Ministério da Saúde saia logo", declara Oliveira. Para o diretor do HUB, João Batista de Sousa, uma das grandes vantagens do programa é capacitar recursos humanos na área.
Fonte: Jornal de Brasília