14/05/2008

Governo vai intensificar combate à dengue e secretário alerta para novo tipo da doença

Nesta terça-feira (13), durante a Escola de Governo, o secretário estadual de saúde Gilberto Martin fez uma apresentação sobre a situação da dengue no Paraná. O secretário mostrou os principais tipos de vírus no Paraná, onde estão os principais criadouros do mosquito e as ações do Governo do Estado no combate à doença. "O Paraná tem mostrado bons índices, mas não podemos baixar a guarda. Temos que desenvolver um trabalho permanente", disse Martin.

Seguindo a sugestão do governador Roberto Requião, o trabalho contra a dengue será intensificado principalmente nos municípios que tiveram notificação superior a 300 casos por 100 mil habitantes. Atualmente, esses municípios são Tapira e Jaguapitã, pertencentes respectivamente a 12ª e 17ª Regional de Saúde. "Parabéns à Defesa Civil, à Secretaria de Saúde, às prefeituras, pelo objetivo alcançado, uma redução de 98% não é uma brincadeira. Mas vamos ver se mantemos essa redução em níveis ainda mais altos e eliminamos o Paraná de uma vez por todas a ameaça da dengue" enfatizou Requião.

"Mesmo com ações de combate, estamos caminhando cada vez mais para um novo sorotipo da doença, o Den 4, que deve chegar logo", lembrou o secretário de saúde. Durante os anos de 2002 e 2003 verificou-se, ao mesmo tempo, a presença dos três sorotipos Den1, Den2 e Den3. De 2006 até agora, o sorotipo que há manifestação é o Den 3. "A presença dos sorotipos significa risco maior de dengue hemorrágica", alerta Martin.

De acordo com o secretário, cada vez que uma pessoa contrai dengue por um tipo de vírus, na segunda vez que ela pegar a dengue cresce muito a probabilidade de que ocorra a dengue hemorrágica. Ao mostrar a foto de uma paciente com esta forma da doença o secretário alertou: "A dengue não é uma doença benigna, a dengue mata."

Martin também falou sobre a realização dos exames para confirmação dos casos de dengue, sobre o trabalho epidemiológico desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde e a mobilização de toda a sociedade paranaense na luta contra a doença, inclusive das prefeituras. "Foi fundamental a mobilização feita pelo municípios", frisou.

O secretário também destacou o trabalho da Central de Apoio Logístico de Maringá, que concentra os equipamentos para combate à doença. "A Central dá retaguarda nos equipamentos e na sua restauração, inclusive para o Ministério da Saúde, como foi o caso do auxílio para o Rio de Janeiro", lembrou Martin. O secretário também destacou o apoio da imprensa e o importante papel desenvolvido pelos órgãos de comunicação na divulgação das medidas de prevenção da dengue e também na inversão do papel de que a dengue é uma doença benigna.

A atividade desenvolvida pela Defesa Civil no combate à dengue desde 2007 foi destacada pelo comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Anselmo José de Oliveira, que esteve à frente da Casa Militar e da Coordenação Estadual de Defesa Civil até o início de maio deste ano e era o responsável pelos trabalhos. Anselmo falou da articulação que foi montada para que fosse dada uma resposta ainda mais rápida à questão do aumento dos casos da doença. "A Defesa Civil é vocacionada para a mobilização da sociedade", disse Anselmo. Ele explicou que o que se procurou fazer foi um grande cerco de contenção para a crise.

O secretário da Saúde, Gilberto Martin, disse na sua explanação que a atuação da Defesa Civil foi fundamental. Anselmo explicou que o objetivo inicial era esclarecer rapidamente a população quanto ao perigo do alastramento da dengue. A partir do diagnóstico, feito no início de 2007, foram convocadas as cinco regionais de Defesa Civil das cidades mais atingidas. Prioritariamente foram atendidos 36 municípios, com ações concentradas entre os meses de abril e maio de 2007. A partir disso, o monitoramento passou a ser feito não só nas regiões de maior concentração de focos da doença, como em todas as outras regionais.

Anselmo explicou que além do atendimento imediato que foi desencadeado, foram propostas ações permanentes que foram prontamente aceitas pela sociedade. Por fim, ele falou do momento atual, com a criação do Comitê Saúde Paraná, coordenado pela Defesa Civil, que terá continuidade sob o comando do tenente-coronel Washington Alves da Rosa, que assumiu a chefia da Casa Militar e todas as atribuições da pasta. Com a criação do Comitê Saúde Paraná, de acordo com Anselmo, fica mais fácil qualquer articulação que se faça necessário a partir de agora, pois os integrantes dos diversos seguimentos envolvidos estão em contato permanente.


Números da luta contra a dengue

3 mil agentes municipais

170 profissionais

Exame laboratorial em 100% dos casos notificados

Mobilização de entidades religiosas, educacionais, privadas e associações civis.

1 comissão estadual e 8 comissões macro-regiões

Apoio da mídia


Capacitação

45 treinamentos, ministrados por 19 especialistas envolveram 800 médicos, 200 gestores e técnicos municipais, 70 técnicos em vigilância epidemiológica, 480 técnicos para controle de vetores, 80 técnicos para operação de UBV e 240 técnicos para operação de bomba costal.


Fonte: Agência de Notícias - Governo do Paraná

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