Campanha chama a atenção, principalmente dos jovens, para a importância de momentos de qualidade com amigos e familiares
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos,
Damares Alves, lançaram, nesta terça-feira (17/9), em Brasília, campanha de valorização
da vida e de combate à depressão. Com o conceito Se liga! Dê um like na vida, a campanha tem o objetivo
de estimular o jovem a compartilhar momentos com a família e amigos, conversar mais, fortalecendo a importância
do diálogo e desmistificando a vida virtual. A iniciativa também reforça a necessidade de ficar atento
aos sintomas da depressão e de buscar ajuda.
“Essa campanha é pensada para internet, rádio
e televisão, e aciona todos que estão próximos dos jovens: escola, família e Centros de Atenção
Psicossocial (Caps). A depressão muitas vezes é vista como excesso de drama e esse estigma é amplificado
nas redes sociais, ambiente onde as pessoas estão sempre sorrindo, sem revelar seus dramas pessoais. Por isso, precisamos
trazer as pessoas para o mundo real e falar de saúde mental. A saúde mental será o principal agravo que
vai levar as pessoas às unidades de saúde nas próximas décadas”, explicou o ministro Luiz
Henrique Mandetta. Ele destacou ainda que a pasta investe cerca de R$ 500 milhões por ano para a expansão da
Rede de Atenção Psicossocial (Raps).
Para a ministra Damares, o foco aos jovens é um
diferencial da campanha. “Fico feliz com a parceria do Ministério da Saúde no combate à depressão
e à violência autoprovocada. O ministro já havia manifestado atenção à saúde
mental dos povos indígenas e agora em relação aos jovens”, disse.
Entre 2015 e 2018,
o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou aumento de 52% nos atendimentos ambulatorial e de internação
relacionados à depressão, passando de 79.654 para 121.341 procedimentos. Na faixa etária de 15 a 29 anos,
público-alvo da campanha, o aumento foi de 115% no mesmo período, evoluindo de 12.698 para 27.363 procedimentos.
Esses crescimentos podem ser consequência de uma maior procura das pessoas por assistência ou do aumento de casos
na população.
No Brasil, estima-se que 14,1 milhões de pessoas apresentem diagnóstico
de transtornos ou sofrimentos mentais, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, do Ministério
da Saúde. O levantamento também aponta que 7,6% dos brasileiros de 18 anos ou mais receberam diagnóstico
de depressão por profissional de saúde mental. No mundo, nos últimos 10 anos, o número de pessoas
com depressão aumentou 18,4%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A depressão
é um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse em atividades normalmente prazerosas.
Entre os maiores obstáculos para o tratamento está o estigma social associado aos transtornos mentais. Esse
fator pode contribuir para formas graves da depressão, como risco de morte.
O filme da campanha Se liga!
Dê um like na vida será veiculado de 17 de setembro a 1º de outubro em cinemas e na internet. Também
foram produzidas peças publicitárias para spot, dooh (digital out of home), outdoor, busdoor e cartaz.
ASSISTÊNCIA - DEPRESSÃO
A assistência às pessoas com transtornos mentais
acontece de forma integral no SUS, conforme a necessidade de cada caso. Entre os serviços de referência para
acompanhamento estão as 43 mil Unidades de Saúde da Família (USF), na Atenção Primária,
que atendem 63% da população.
Já os 2.594 Centros de Atenção Psicossocial (Caps)
ofertam acolhimento à pessoa em sofrimento e seus familiares. Nesses serviços o cidadão é atendido
e, caso seja necessário, é encaminhado para outro serviço especializado da Rede de Atenção
Psicossocial (Raps). Em 2018, foram 3,3 milhões de atendimentos em geral nos Caps; neste ano, já foram habilitados
12 novos Caps. A estratégia é ampliar o número dessas unidades nas áreas de maior risco.
Atualmente, a Rede também conta com 633 residências terapêuticas; 61 Unidades de Acolhimento (adulto
e infantojuvenil); 1.505 leitos de saúde mental em hospitais gerais; 17 equipes multiprofissionais de atenção
especializada em saúde mental; e 152 Consultórios na Rua.
Fonte: Agência Saúde