18/03/2020

Governo do Estado reforça em R$ 100 milhões o orçamento da Saúde

Parte dos recursos visa ampliar em pelo menos uma centena os leitos de UTIs e também outros de enfermaria; cirurgias eletivas serão suspensas a partir de segunda (23)

O governador Carlos Massa Ratinho Junior determinou para a Secretaria da Fazenda a liberação de R$ 100 milhões para utilização em ações de enfrentamento ao novo coronavírus. O valor vai reforçar o orçamento da Secretaria da Saúde.

O recursos permitirão a aquisição de equipamentos, insumos, novas enfermarias e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), manutenção dos serviços essenciais de atendimento nos espaços já existentes e ajuda no controle de acesso ao Estado nas divisas e fronteiras, conforme decreto estadual publicado na quarta-feira (18). Além disso, poderá ser aplicado em custeio de ações prioritárias e eventual ajuda aos municípios.

“Os recursos vão agilizar o planejamento do Estado no combate ao coronavírus. Tomamos decisões diárias para conter a pandemia. Essa medida é parte de um planejamento dos técnicos da saúde e da área administrativa para diminuir o impacto da doença sobre a população”, afirmou Ratinho Junior. “Queremos evitar o colapso da saúde e o colapso econômico, porque essa crise não é temporária. Temos uma maratona a ser vencida”.

Uma das primeiras medidas é a contratação de 100 a 120 leitos novos de UTI, que serão agregados ao estoque atual que soma 1,6 mil leitos em 61 hospitais aptos para receber pacientes graves. Também deverão ser contratados outros 200 a 250 leitos de enfermaria.

“Vamos suspender a partir de segunda-feira (23) as cirurgias eletivas, principalmente as bariátricas, para preparar a nossa rede para receber os pacientes. Teremos mais vagas e condições para enfrentar essa crise. Compramos ontem 50 ventiladores, mais respiradores e 200 monitores multiparâmetros”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

A Secretaria de Saúde também diminuiu o transporte sanitário de pessoas do Interior para a Capital, com intuito de limitar a ocupação dos hospitais. O trânsito ficará restrito a cardiologia, nefrologia, oncologia e gravidez de alto risco. “Tudo isso para ajudar o enfrentamento contra esse coronavírus, para o momento de maior crise que se avizinha com a chegada do outono”.

Rede

O Paraná tem uma rede contratada de hospitais próprios, municipais, universitários, de santas casas, privados e privados-filantrópicos para atender a demanda estadual de atendimento.

Dez são considerados estratégicos dentro dessa rede (urgência e emergência). Em Curitiba, o Complexo Hospitalar do Trabalhador, no bairro Portão. Nas outras regiões, o Hospital Universitário do Oeste do Paraná, em Cascavel; o Hospital Regional do Sudoeste, em Francisco Beltrão; o Hospital Universitário da Região Norte do Paraná, em Londrina; o Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá; o Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais, em Ponta Grossa; o Hospital Municipal de Foz do Iguaçu Padre Germano Lauck; e o Hospital Regional de Maringá; o UOPECCAN, em Umuarama; e o Instituto Lucena Sanchez, em Ivaiporã.

Pleito ao governo federal

O Governo do Estado também solicitou R$ 100 milhões adicionais para o Ministério da Economia para enfrentamento ao novo coronavírus. Os secretários de Fazenda de todo o País pediram R$ 5 bilhões para o financiamento de ações emergenciais de saúde pelos próximos 3 meses - o equivalente a R$ 1,66 bilhão por mês.

Em ofício endereçado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal) requereu o repasse de R$ 14 bilhões mensais para os estados cobrirem perdas financeiras com a queda nas receitas em decorrência da crise.

O Governo do Estado ainda aguarda cerca de R$ 23 milhões do Ministério da Saúde. A pasta anunciou nesta semana a liberação de R$ 432 milhões aos estados para o reforço do plano de contingência encaminhado pelas unidades da federação. São R$ 2 por habitante.

 

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