18/11/2007
Governo aceita rediscutir projeto de fundações
Após a derrota imposta no fim de semana pelos movimentos sociais na 13º Conferência Nacional de Saúde, o governo federal admite
rediscutir com o setor a proposta de criação de fundações públicas de direito privado. O projeto de fundação estatal, enviado
ao Congresso, prevê novo modelo de gestão, não só na área de saúde, mas em outros segmentos da administração federal. Por
unanimidade, os dez grupos que discutiram o tema no encontro rejeitaram o modelo. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão,
lamentou a decisão.
- Fica um gosto de frustração em relação a esse resultado.
A sociedade exige um sistema moderno de gestão, e a conferência perdeu essa oportunidade de dar respaldo e endossar uma
proposta que vai melhorar a gestão de saúde no país - disse Temporão. - O mais grave é que não estão sugerindo uma forma alternativa
de melhorar a gestão de hospitais e de toda essa decadência. A sociedade avalia que precisa mudar.
O secretário de Gestão Estratégica e Participativa do ministério, Antônio Alves, disse que o resultado da conferência
não será desprezado pelo governo: -Essa decisão indica a necessidade de o governo abrir o debate e avaliar se o projeto enviado
é o melhor, de fato, ou necessita de aperfeiçoamento. O Ministério da Saúde está sensível à decisão da conferência.
Para o governo, o modelo permitiria menos burocracia e mais agilidade na gestão de hospitais e de outras unidades de
saúde, e permitiria contratação de servidores com salário de mercado. O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco
Batista Júnior, principal opositor do projeto, elogiou a decisão dos conselheiros: - A votação unânime dá legitimidade a nossa
posição.
Esperamos que o presidente Lula respeite o resultado, e o governo sente conosco para discutir o modelo de gestão mais
adequado para o SUS.
Fonte: O Globo